06/12/2017- Especial Ataque - Entrevista com o jogador de vôlei do time Sesc e da Seleção Brasileira, Renan Buiatti, Lagoa Rodrigo de Freitas.  Foto - Maíra Coelho / Agência O Dia.
06/12/2017- Especial Ataque - Entrevista com o jogador de vôlei do time Sesc e da Seleção Brasileira, Renan Buiatti, Lagoa Rodrigo de Freitas. Foto - Maíra Coelho / Agência O Dia. Maíra Coelho / Agência O Dia
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Mineiro de Uberlândia, Renan Buiatti, de 2,17m, cresceu no vôlei atraindo olhares, curiosidade e com seu nome cercado de muita expectativa. Mas a trajetória nas quadras nem sempre foi fácil para o gigante. Depois de enfrentar dificuldades e lesões em duas temporadas na Itália, o oposto até desanimou, mas não se entregou: foi destaque no Juiz de Fora (MG) na última Superliga e agora curte a ótima fase do Sesc RJ.
Estreante na elite do vôlei brasileiro, o time carioca é o líder da competição, com 31 pontos em 12 jogos, à frente do pentacampeão Sada Cruzeiro, que tem 30 pontos com uma partida a menos. As duas equipes se enfrentam no dia 13 de janeiro, pela segunda rodada do returno, no Rio.
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"A gente sempre pensa em ser campeão, em jogar a final e ganhar. Mas falta quase todo o segundo turno, além das quartas, semi e final. Temos que pensar em cada jogo por vez e em ganhar os próximos três pontos", afirma Renan.
O convite para atuar no Sesc RJ, comandado pelo bicampeão olímpico Giovane Gávio, veio após uma temporada de destaque pelo Juiz de Fora. Na Superliga 2016/17, Renan terminou como o melhor bloqueio, além de ter sido um dos maiores pontuadores. A opção pelo time mineiro aconteceu após um momento delicado na carreira: Renan passou por duas temporadas difíceis na Itália, em 2014/15 e 2015/16, enfrentando lesões.
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"Fiquei dois anos lá. Na Itália eu me machuquei os dois anos, não consegui jogar muito bem. Foram dois anos bem difíceis. Eu voltei para Juiz de Fora para começar de novo. Preferi optar por um time médio aqui no Brasil e foi a melhor escolha que eu fiz. Poderia ter ido para fora do Brasil de novo, mas fiquei em Juiz de Fora e foi muito bom", recorda.
AMADURECIMENTO
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As temporadas abaixo do que ele esperava no vôlei italiano comprometeram o sonho de defender o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016: "Depois que a lista saiu e eu não vi meu nome, foi um dia que eu fiquei triste. Foi um incentivo muito maior para eu voltar neste ano para a Seleção".
A convocação para defender novamente o Brasil em 2017, agora sob o comando de Renan Dal Zotto, foi uma volta por cima, com direito ao título da Copa dos Campeões: "Não fui titular ainda. Tem o Wallace (campeão olímpico), mas consegui uma vaga entre os 12, que já é muito difícil. É continuar jogando bem e ser titular. Vai ser difícil. O Wallace joga muito bem e ele é da minha geração (tem 30 anos enquanto Renan tem 27). Então, ele não vai sair para eu jogar. Se eu quiser jogar, tenho que ser melhor do que ele".
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Com a maturidade de quem já viveu altos e baixos na carreira, o oposto sonha com Tóquio-2020, mas sem atropelar os planos: "Eu já não sou mais novo. Espero estar no meu auge com 30 anos. Mas falta muito ainda. Em um ano acontece muita coisa. Vamos pensar na Superliga agora. Não adianta pensar lá na frente. Quando eu fiz isso não deu muito certo".
'DESCOBERTO' NA IGREJA
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Renan conta que sempre frequentava a igreja em Uberlândia com a família quando ele e o irmão chamaram a atenção pela altura e foram indicados a um treinador de vôlei: "Descobriram onde a gente morava e o técnico bateu lá em casa. Ele foi atrás da gente e nos chamou para jogar".
Ele e o irmão seguiram nas quadras e embarcaram para São Paulo juntos: "Ele foi para o Pinheiros e eu para o Banespa. No primeiro ano, foi tudo novidade para a gente. Nos primeiros meses, a gente morava dentro do clube. Eu era dois anos mais novo que os mais novos. Mas nunca pensei em voltar para casa".
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Desde essa época, sua altura já criava expectativa: "Depois que eu saí de casa, sempre falavam que eu ia jogar. Nos anos difíceis, eu pensava: 'Tenho que ser bom, tenho que estar na Seleção'. Mas, se não jogar bem, vou começar de novo. Como foi no ano passado, para reconstruir".