Luiz Valente, 17 anos - Reprodução internet
Luiz Valente, 17 anosReprodução internet
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Luiz Fernando Valente Rodrigues, de 17 anos, que buscou um doador de fígado através de uma campanha nas redes sociais, pode ter sido vítima de febre amarela. A informação foi confirmada pelo médico Eduardo Costa Pinto, um dos médicos que trataram do jovem. 

O adolescente está internado "em estado gravíssimo e irreversível" no Hospital São Francisco na Providência de Deus, na Tijuca, Zona Norte do Rio. "Ele teve um edema cerebral seguido de uma hemorragia. A morte cerebral ainda não está confirmada, mas o quadro é irreversível", disse Eduardo.  

De acordo com a mãe do rapaz, Fernanda Iara Tavares Valente, a doença evoluiu rapidamente nos últimos dias. "Meu filho sempre foi atleta. Ele começou com uma dor de cabeça, febre. Levei ele para o hospital, ele foi medicado. Depois o quadro dele piorou”, disse. 

Segundo Fernanda, Luiz apresentou os primeiros sintomas no dia 4 de janeiro. O jovem passou por dois hospitais até ser trazido para o Rio: o Centro Integrado de Saúde (Cis), em Vassouras; Hospital da Unimed, em Volta Redonda. 

Inicialmente, o jovem teria sido diagnosticado com hepatite. Entretanto, agora os médicos desconfiam que o jovem teria febre amarela. O exame que irá confirmar a presença do vírus causador da doença deve ficar pronto em até 20 dias. Já o fígado que seria de Luiz foi transplantado nesta segunda-feira em uma mulher no Hospital São Lucas, em Copacabana. 

Mortes por febre amarela

A primeira morte de febre amarela este ano foi confirmada na semana passada. O caso foi registrado em Teresópolis, na Região Serrana. 

Outros três casos suspeitos foram registrados em Valença, no interior do estado. 

Desde março do ano passado até janeiro deste ano foram confirmados 29 casos de febre amarela no estado do Rio. Do total, dez pessoas morreram vítimas da doença. 

População procura por vacina

A preocupação com a frente amarela levou dezenas de pessoas aos postos de saúde. Após a notícia que quatros macacos pregos haviam morrido na comunidade do Catrambi, na Usina, dezenas de moradores da localidade foram aos postos de saúde em busca da vacina. Foi o caso da cuidadora de idosos Mayara Amorim Rondon, de 27 anos, que levou os filhos e os sobrinhos — num total de 12 pessoas — à unidade de saúde na Tijuca. "São mais de 50 pessoas lá em casa e apenas um sobrinho foi vacinado no ano passado contra essa doença (febre amarela). Vamos pegar um ônibus e levar esse povo todo para o posto mais próximo daqui", disse a jovem acompanhada de mais de 10 pessoas.

 

No Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, de 8h até às 15h, mais de 700 pessoas já haviam sido imunizadas. Nesta segunda-feira, a unidade médica disponibilizou 800 senhas. Acompanhada de filha de 11 anos, a dona de casa Rosângela Araújo Ribeiro, 51, disse que decidiu ir ao local por prevenção. "Ficamos preocupados e decidimos vir. Não queremos que nada aconteça, já que moramos em uma região onde tem mata e muitos macaquinhos. Tenho uma filha pequena e a prevenção é o melhor remédio", diz Rosângela.

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