Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras do ex-prefeito Eduardo Paes, voltou a ser preso pela Polícia Federal - Onofre Veras/Parceiro/Agência O Dia
Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras do ex-prefeito Eduardo Paes, voltou a ser preso pela Polícia FederalOnofre Veras/Parceiro/Agência O Dia
Por ESTADÃO CONTEÚDO

Rio - O Ministério Público Federal no Rio (MPF) identificou que Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras de Eduardo Paes (MDB) na prefeitura do Rio, supostamente cobrou propina de pelo menos seis obras feitas pelo município. Foram elas: a restauração da Linha Vermelha, o Programa Asfalto Liso, os BRTs Transoeste e a Transcarioca, as obras feitas no entorno do Maracanã e monitoramento de contratos de obras do Corredor Transbrasil.

Pinto foi preso preventivamente nesta terça-feira, pela segunda vez, a partir das novas informações fornecidas por delação premiada. De acordo com o MPF, parte dos recursos obtidos pelo ex-secretário foi para o exterior "de forma sofisticada", por meio de empresas offshore operadas por terceiros para o ex-secretário. O delator do esquema informou que o ex secretário tem mais de R$ 6 milhões em contas no exterior, valor que será objeto de restituição à Justiça Federal

A operação do MPF e da Polícia Federal (PF) foi denominada Mãos à Obra e foi desencadeada a partir de investigações iniciadas na operação Rio 40 Graus. Investigações indicaram que a cobrança de propina da secretaria ia além dos contratos das empreiteiras com a Prefeitura. Teria alcançado prestadoras de serviços e empresas fornecedoras de materiais para as contratadas.

Foi na Rio 40 Graus, em agosto do ano passado, que Pinto foi preso pela primeira vez. Na ocasião, ele foi acusado de integrar esquemas de corrupção em obras do BRT Transcarioca e para recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá. As investigações apontaram desvios de R$ 36 milhões dos dois contratos.

Também foram expedidos mandados de prisão preventiva contra outros cinco acusados, além de 18 mandados de busca e apreensão e seis intimações para depoimento. Um dos alvos teria sido o responsável por realizar as operações de dólar-cabo que abasteceram a conta da offshore Centovalli. Sediada na Suíça, a empresa concentrava os recursos de Pinto.

O MPF afirma que o esquema contava com a participação dos fiscais que supervisionavam o contrato das obras do Corredor Transbrasil. "No total, foram solicitadas ao consórcio vantagens indevidas correspondentes a 7% do valor do contrato, o que equivale a cerca de R$ 1,8 milhão", apontou.

Em nota, o presidente do Tribunal de Contas do Município (TCM), Thiers Montebello, disse que desconhece quaisquer informações sobre a denúncia feita e nunca sequer ouviu falar de Celso Reinaldo Ramos Júnior. O documento informa que Alexandre Pinto, esteve por várias vezes nesta Corte de Contas participando de reuniões estritamente profissionais com o presidente e auditores do corpo técnico. O TCM coloca o processo sobre as obras da Transbrasil à disposição da mídia e das autoridades.

"Jamais autorizei qualquer ato que comprometesse a seriedade do Tribunal e jamais permiti que alguém falasse em nome do TCM e muito menos no meu nome", disse o presidente do TCM, acrescentando que "ao longo dos anos sempre recebi e recebo todas as autoridades públicas para assuntos só e tão somente de interesse da cidade e relacionados com os serviços cujo controle seja do TCM".

Defesa

A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Alexandre Pinto. O espaço está aberto para manifestação.

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