Rio - Uma criança de apenas 4 anos foi baleada, na noite desta quarta-feira, na Favela da Linha, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. João Pedro Soares da Costa estava dentro de um carro com seus pais na Avenida Dakar, no bairro Rio D'Ouro, quando foi atingido por um disparo na costas. A informação foi confirmada por PMs do 7º BPM (São Gonçalo).
De acordo com as primeiras informações, suspeitos de tráfico da região fizeram disparos contra o veículo após se assustarem com a entrada do carro na via — o automóvel estaria com os faróis apagados. Os pais do menino, que também moram na comunidade, não foram atingidos e levaram João Pedro para o Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê. O garoto foi encaminhado para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI) Pediátrico da unidade, onde passa por cirurgia, e seu estado de saúde é considerado grave. João Pedro é a terceira criança baleada em 2018.
Duas crianças mortas no mesmo dia
Um dia depois da data em que deveria ser iniciado o Plano Integrado de Segurança Rio 2018, duas crianças foram mortas por tiros em diferentes bairros da cidade. Emily Sofia, de apenas 3 anos, seguia de carro com os pais, quando bandidos, na madrugada de terça, atiraram no veículo da família em Anchieta, na Zona Norte. A cerca de 20 quilômetros dali, por volta das 15h, Jeremias Moraes, de 13 anos, foi atingido por uma bala durante tiroteio entre policiais e bandidos na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré.
O carro em que estava a pequena Emily foi atingido por 12 tiros de fuzil e pistola na Rua Cardoso de Castro, quando os pais da criança, o ex-militar Uesley Neves Lima, de 36 anos, e a dona de casa Maria Auxiliadora Silva Marriel, de 21, saíam de uma lanchonete com ela, às 2h30. Os dois ficaram feridos.
Segundo as investigações, os bandidos seriam do Complexo da Pedreira e tinham acabado de explodir uma agência do Santander na Avenida Getúlio de Moura, em Nilópolis. Ao fugirem, sem conseguir levar o dinheiro, o veículo Tucson em que estavam teve o pneu furado e os bandidos tentaram assaltar o carro da família. Em depoimento à Delegacia de Homicídio (DH) da Capital, a mãe da menina contou que estavam com o vidro escuro fechado e o som alto e, portanto, não teriam escutado a abordagem dos criminosos. Segundo Maria Auxiliadora, eles só notaram o que estava acontecendo quando o carro foi alvejado.
Socorrida por funcionários de um posto de gasolina e da lanchonete, Emily, que levou um tiro, foi levada à UPA de Ricardo de Albuquerque mas não resistiu. Uesley foi baleado nas costas e operado no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, e seu estado era estável. A mãe da menina foi atingida por um tiro de raspão nas costas. No hospital, no entanto, ao saber da morte da filha, a mulher se desesperou e deixou a unidade sem ter alta, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
No caso do menino Jeremias, o delegado Rivaldo Barbosa, diretor da DH, explicou que informações iniciais dão conta de que houve troca de tiros entre traficantes e PMs e que o adolescente passava pela Rua Larga, na Nova Holanda, quando foi atingido. Segundo ele, os pais do menino estavam muito abalados e só serão ouvidos após o enterro.