Por lucas.cardoso
Rio - Em ano de vendas garimpadas, a indústria nacional foi marcada por um salto em direção à sobrevida dos motores térmicos leves. O downsizing chegou para valer com motores de três cilindros, de alumínio, puxados pela eficiência do Hyundai HB20, este já em 2012. Na fila, vieram os VW up! e depois Gol três cilindros, agora com opções turbo no TSI e também no Golf TSI (observe, na foto, meu palmo sobre o motor TSI durante a apresentação do Golf. Ele é muito compacto). A Hyundai partiu para o seu turbo no HB20, excelente em rendimento durante teste no autódromo de Interlagos. A Fiat caprichou na sua opção de propulsor leve com o três cilindros mais eficiente e barato do mercado. Comando de válvulas simples garante o torque na cidade, onde o carro é muito mais utilizado. Em concurso rodoviário, agora no Mobi, bateu na trave dos 30 quilômetros por litro, mas é claro, em velocidades claudicantes, a ponto de ser quase atropelado pelos caminhões.
Motores menores são mais leves e mais econômicosMarcellus Leitão / Agência O Dia

Nesta era do renascimento dos motores que queimam combustíveis fósseis, conseguimos façanhas ao percorrer a via Dutra, entre São Paulo e Rio, com meio tanque de combustível, agora com o excepcional Peugeot Puretech 1.2 e também com o Gol, equipado com o 1.0 de três cilindros. Mas a norma eram velocidades legais, de 70 km/h nas marginais paulistas, 120 km/h nas rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto e 110 km/h na via Dutra. Ambos foram muito bem e cumpriram a viagem com o consumo desejado.

A Ford despejou eficiência em seu Ka e a Renault partiu para um três cilindros que equipa inclusive os semimédios Sandero e Logan. Este motor irá estrear a nova arma da Renault para 2017, quando a francesa vai recuperar o terreno perdido pelo Clio entre os carros de massa. A novidade será o Kwid, com discurso de SUV urbano supercompacto e boas possibilidades de vendas.

Na GM, a opção foi manter a arquitetura de quatro cilindros nos motores menores, mas melhorar a eficiência. E a marca conseguiu. O Onix , agora com seis marchas, além de ser o líder do mercado, é um dos mais econômicos.

E nessa briga de opções técnicas focadas na economia, quem sai ganhando é o consumidor, que vai gastar bem menos no posto de combustível.

A redução de medidas atinge indiscriminadamente pequenos, médios e grandes e as formas de economizar passam por pneus de baixo atrito, bombas de óleo que só funcionam quando o motor precisa, assim como alternadores que carregam nas desacelerações...
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Enfim, os elétricos e suas baterias caras e pesadas ainda esperam mais um pouquinho, infelizmente.
Mas, como diria o poeta Cazuza, ‘o tempo não para’.