Por R$ 100 mil, o Compass Sport é equipado com motor 2.0 flex de 159/166 cv e 19,9/20,5 kgfm de torque (gasolina/etanol), associado com câmbio automático de seis marchas e tração dianteira. Ele mede 4,41 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,64 m de altura e 2,63 m de entre-eixos. O porta-malas comporta 410 litros. Em relação aos equipamentos, há de diferenciado controle de estabilidade (infelizmente ainda está longe de ser um item comum na frota), freio a disco nas quatro rodas, monitoramento da pressão dos pneus, assento traseiro com isofix e faróis de neblina direcionais. A interface multimídia de cinco polegadas, chamada de Uconnect, oferece câmera de ré e navegador GPS da TomTom. O freio de mão é elétrico.
Não à toa, os utilitários andam golpeando hatches médios, fora de moda ao gosto do brasileiro. Acomodar-se na cabine do Compass é algo fácil. Há espaço bem distribuído para o acesso e interação com o veículo. O ajuste da posição de dirigir é feita com alavancas manuais. O motorista fica numa altura ligeiramente elevada em relação aos demais carros de passeio e percebe a carroceria ampla. Essa sensação parece ser o motivo para o sucesso de vendas desse segmento. Volante, câmbio e demais controles estão posicionados como manda a boa ergonomia. E, assim como no Renegade, esse segundo Jeep brasileiro é caprichoso de acabamento interno, com destaque para o quadro de instrumentos com tela TFT — e olha que estamos apreciando a versão de entrada.
Estrada afora com o Compass Flex é uma experiência tranquila. Ele é bem silencioso e tem rodar agradável, proporcionado pelo trabalho do motor e câmbio. Sobre esse último, existe a opção por trocas manuais somente pela alavanca, não há borboletas no volante. No asfalto, os sistemas de suspensão e direção trabalham bem e não causam qualquer incômodo aos presentes, todos os cinco lugares estavam ocupados. Vale lembrar que a carroceria maior, assim como sua plataforma, exige mais cautela nas curvas, impressão bem percebida na região do município de Valença, no Sul Fluminense, com estradas estaduais bem sinuosas. Mas o SUV passa boa sensação de segurança, despreocupando e permitindo que se apreciasse a bonita paisagem local.
Não que seja um revés do carro, mas o motor 2.0 é o maior agente de preocupação deste Compass. Primeiro, no âmbito de desempenho, encontramos um comportamento bem moderado, ausente de esportividade. A atenção aumenta consideravelmente na hora de uma ultrapassagem, por exemplo, no nosso caso ainda com assentos e porta-malas preenchidos.
A operação exige cuidado. Uma pisada forte no acelerador provoca a redução da caixa, o propulsor ‘enche’ mais rápido, mas não há resposta tão imediata. Para um melhor controle, a troca manual parece mais conveniente. Vale lembrar que as opções diesel preenchem esta lacuna e que serão oportunamente avaliadas nas próximas ocasiões.
Abastecido com etanol, o computador de bordo assusta a marcação de pouco mais de 5 km/l no ambiente urbano e o esforço tremendo para chegar ao 7 km/l na estrada, bem ao que está registrado no programa de etiquetagem do Inmetro. No mesmo relatório, os números com gasolina são 8,1 e 10,5 km/l, respectivamente. O Compass Flex obteve um ‘B’ na categoria e um amargo ‘D’ no geral.
Off-Road
O asfalto sai de cena no caminho para Três Cruzes, logo ao deixar o centro de Rio Preto pela rodovia estadual local e acessando a estrada que leva até a área rural. Neste pavimento turbulento, o Compass tem vocação, transpondo bem as irregularidades e sem chacoalhar demais a cabine, evolução recente do segmento. Nos buracos mais severos, tem que passar devagarinho, pois ele não é tão alto assim (20,6 cm de vão livre). Mas, sem dúvida, é opção mais apropriada do que os demais carros comuns, dos muitos que foram vistos ‘sofrendo’ por lá. Mesmo sem a tração 4x4, foi esperto nas ladeiras que acusavam pouca aderência, aquelas recheadas de pedras soltas.