Patrulha da Mulher realiza cerca de 15 atendimentos por mêsChico de Assis/CCS PMBM

Barra Mansa - A Lei Maria da Penha completou 16 anos no último domingo (7). A lei federal nº 11.340/2006 recebeu este nome em homenagem à farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que em 1983 foi vítima de duas tentativas de feminicídio e se tornou paraplégica após ser baleada nas costas pelo ex-marido. Na época, o Brasil não dispunha de dispositivos legais para prevenir ou combater a violência contra a mulher.
Para lembrar a importância de discutir o assunto, anualmente é realizada a campanha nacional “Agosto Lilás”, em 2022 com o tema "Um instrumento de luta por uma vida livre de violência". Em Barra Mansa, a Patrulha da Mulher, que integra a Guarda Municipal, está em funcionamento desde 2019. A equipe usa um veículo próprio, na cor rosa, para prestar o primeiro atendimento às mulheres.
De acordo com a coordenadora da Patrulha da Mulher, Alcilene Novais, o grupo está à disposição para atender escolas, empresas e órgãos públicos que estejam interessados em se informar mais sobre o combate à violência contra as mulheres, sobretudo durante o Agosto Lilás. As entidades podem, por meio de ofício, solicitar à Guarda Municipal o interesse na apresentação.
“É essencial falar sobre o tema sempre, em especial no mês que a Lei Maria da Penha foi criada. Muitas mulheres nem percebem que sofrem violência doméstica, porque pensam que violência é somente agressão física. A nossa intenção é mostrar que existem vários tipos de violência, amparar e ajudar a vítima”, afirmou a coordenadora.
Alcilene enfatiza que qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial é considerada violência doméstica.
“Nossa patrulha orienta e auxilia a vítima no processo de registro e dá suporte às medidas protetivas. Aqui em Barra Mansa nós recebemos a demanda através da Delegacia. Nós então tomamos as devidas providências e fazemos o acolhimento e encaminhamento da vítima”.
Segundo Alcilene, a Lei Maria da Penha tem encorajado as mulheres a realizar mais denúncias, sobretudo porque no passado muitas tinham medo de iniciar o processo (ou dar prosseguimento a ele) por se sentirem intimidadas pelos agressores. A vítima já pode solicitar a medida protetiva no momento em que fizer o Boletim de Ocorrência na delegacia. O pedido será encaminhado a um fórum, que determinará se existe ou não a necessidade da medida.
A Patrulha da Mulher de Barra Mansa tem registrado uma média de quinze atendimentos por mês. Além de agosto, as ações são intensificadas também em março, por causa do Dia Internacional da Mulher (8 de março). Dependendo do caso, a mulher pode ser levada para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) ou até uma unidade de saúde, que pode ser o Hospital da Mulher, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou a Santa Casa. Caso seja necessário, a vítima também pode ser encaminhada para o Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames.
O atendimento da Patrulha da Mulher acontece de segunda à sexta-feira, das 8 às 17 horas. O disque patrulha funciona por meio do telefone (24) 99931-8829. Em outros horários e dias, pode ser utilizado o Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), do governo federal, e o 190, da Polícia Militar, em caso de emergência. Os denunciantes podem ainda procurar a 90a Delegacia de Polícia (Barra Mansa).
Além da Patrulha da Mulher, as mulheres vítimas de violência em Barra Mansa podem contar com os seguintes locais:
- Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) – Rua Santos Dumont, 126, Centro
- Hospital da Mulher – Avenida Tenente José Eduardo, 200, Ano Bom
- UPA, da Saúde – Rua Luís Ponce, 263, Centro
- 90ª Delegacia de Polícia Civil – Avenida Domingos Mariano, s/n, Centro
- Gerj Polícia Militar – Rua Major José Bento, 2000, Vila Nova
Você pode gostar
Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.