Os envolvidos são investigados por organização criminosa, crimes contra licitação e peculato Letycia Rocha (RC24h)

A Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DCC-LD) realiza uma operação na manhã desta terça-feira (24) para cumprir 21 mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha que atua na Câmara dos Vereadores e na Prefeitura de Nova Iguaçu. Conforme as investigações, um os braços políticos da milícia de Austin é dono de uma usina de concretagem e tem mansão na Região dos Lagos.

Conforme a especializada, os alvos da operação são o ex-secretário de Obras e atual vereador Jeferson Ramos (MDB) e a secretária de Infraestrutura Cleide de Oliveira Moreira, além das sedes das secretarias de Economia, Planejamento e Finanças e de Infraestrutura do município, o gabinete do vereador e condomínios de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital, e na mansão de Fábio Henrique Sousa Barbosa, em Cabo Frio. Não há mandados de prisão.
Fábio é dono da Fabmix, uma empresa de usinagem de concreto e agregados para a Construção Civil, responsável por obras em Nova Iguaçu.

Também foram expedidos mandados a Luiz Henrique Souza Barboza, que é funcionário da Companhia de Desenvolvimento de Nova Iguaçu.

As investigações da Polícia Civil apontaram que existe um esquema montado dentro da Prefeitura e Câmara para favorecer politicamente obras públicas e comprar apoio político de milicianos.

Pessoas ligadas ao vereador Jeferson realizavam a intermediação entre os contratos da Fabmix com líderes comunitários de regiões dominadas por milícias para que fosse feito calçamento irregular desses lugares em troca de apoio político.

Entre os fatos que chamaram a atenção estão a adoção de modalidades licitatórias presenciais, apesar de recomendação do Tribunal de Contas para modalidades eletrônicas; liquidação e pagamento das empresas suspeitas fora de cronograma financeiro e obscuridade do processo licitatório, com violação das leis de transparência.

O inquérito apontou que a empresa ganhou processos licitatórios de contratos no valor de R$ 70 milhões, sendo que mais de R$ 60 milhões foram sem transparência nas licitações. Apenas em um dos contratos investigados os valores e pagos superam R$ 17 milhões.

Os envolvidos são investigados por organização criminosa, crimes contra licitação e peculato.

O vereador Jeferson Ramos já foi preso em 2019 sob acusação de chefiar milícia que atua em Austin. Na época, a polícia acusou também Marcos Antônio dos Santos Amaral, o Marquinho Alemão. Juntos, eles teriam ordenado mais de 20 assassinatos. Com eles foram encontrados armamentos e munições.

A ação deflagrada pela DCC-LD conta com o apoio de agentes do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).
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