Faixas com palavras de ordem contra os cortes promovidos pelo MEC na educação marcaram a manifestação no Centro de Campos - Leonardo Maia
Faixas com palavras de ordem contra os cortes promovidos pelo MEC na educação marcaram a manifestação no Centro de CamposLeonardo Maia
Por Leonardo Maia
Campos — Estudantes e pais, professores, pessoas ligadas a diversos movimentos sociais e lideranças de entidades de classe participaram de manifestações em vários locais de Campos, parte do movimento nacional de resposta ao corte de investimentos do governo federal em universidades e instituições federais de ensino superior e médio. Na cidade, operam muitos campi da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Instituto Federal Fluminense (IFF), além da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), e inúmeras faculdades, essenciais para a economia do município.
O principal ponto de concentração se deu no Centro, para onde se deslocaram os manifestantes que marcaram posição em diversos pontos da cidade, como em frente à UENF, no Parque Califórnia, onde os alunos exibiram faixas contra o presidente Jair Bolsonaro e às medidas determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Os campi do Centro e de Guarus do IFF também foram local de reunião daqueles que rejeitam a suspensão de 30% do orçamento de universidades e institutos superiores em todo o país.
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Além da União Nacional dos Estudantes, participaram dos atos diversos sindicatos, como o dos Profissionais da Educação (Sepe), o dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro/NF) e o dos Bancários (BancáRio).
Estudante com adesivo contra o presidente Jair Bolsonaro, em protesto contra os cortes na Educação em Campos - Leonardo Maia
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Com faixas, adesivos e palavras de ordem contra o presidente Bolsonaro e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, os manifestantes enfrentaram uma forte chuva nesta manhã para expressar sua insatisfação com a política do governo para a educação, no que consideram uma perseguição e uma guerra ideológica contra um foco de estímulo ao pensamento crítico e à contestação.
“Se há algo de bom nisso, foi ter reanimado o movimento estudantil. Há muitos anos não vejo os estudantes mobilizados como agora, e vamos manter essa mobilização enquanto for necessário”, destacou Charles Ferreira, membro da União Estadual dos Estudantes, aluno de graduação de história da UFF Campos. “Ano que vem teremos eleições municipais e queremos ter um papel importante”.
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O corte de um terço nos recursos das unidades federais de ensino inviabiliza a manutenção de muitas delas, uma vez que esse dinheiro é necessário para o pagamento de contas básicas, como luz, água, contratos de serviços de segurança e limpeza, sem falar na folha de pagamento e nas bolsas de graduação e pesquisa.
“Sou professora do IFF, doutoranda da UFRJ, e tenho duas filhas em universidades federais. Uma faz engenharia ambiental na UFPR e outra, arquitetura na IFF”, comentou Sarita Erthal, que também dá aulas de redação em cursos particulares. “Sei das dificuldades dessas instituições. Tenho muita preocupação com o futuro não só dos alunos, mas do país, no aspecto humano, social e profissional. Quanto mais tempo vivermos esse retrocesso, muito mais tempo demoraremos para recuperar o que vai ser perdido”.