O superintendente da Igualdade Racial de Campos, Rogério Siqueira (ao fundo), e o diretor de projetos Diogo Lima falam aos estudantes que sonham entrar numa universidade - Renan Liu/Divulgação prefeitura de Campos
O superintendente da Igualdade Racial de Campos, Rogério Siqueira (ao fundo), e o diretor de projetos Diogo Lima falam aos estudantes que sonham entrar numa universidadeRenan Liu/Divulgação prefeitura de Campos
Por Leonardo Maia
Campos — Por mais avanços que o país tenha feito em ampliar o acesso às universidades e faculdades neste século, principalmente para camadas historicamente desfavorecidas da sociedade, o sonho do diploma ainda parece inalcançável para muita gente. Seja porque são pessoas que tiveram seus estudos interrompidos por obrigações precoces da vida adulta, ou porque são estudantes do ensino público, sempre em desvantagem em relação aos da rede particular e que podem pagar os inúmeros cursinhos preparatórios.
Com essa percepção, a Superintendência da Igualdade Racial (Supir) da prefeitura de Campos criou, há três anos, o curso pré-social para o IFF e o Enem, na tentativa de contrabalançar esse desequilíbrio. Os resultados demonstram que a dedicação dos organizadores e apoiadores, e especialmente dos professores voluntários, tem sido recompensada.
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Ao longo desse tempo, mais de 200 vestibulandos estiveram nas salas de aula do projeto, com cerca de metade deles conseguindo ingressar num curso superior ou técnico. Este ano, as turmas do preparatório, voltado em específico para atender os postulantes as vagas reservadas aos cotistas, já estão completas e em andamento: 50 alunos para o IFF, e 50 almejando a universidade pelo Enem.
“É uma alternativa aos cursinhos, que são muito caros, para esse público da rede pública. Eles vão cobrir todas as disciplinas, com professores muito qualificados, realização de simulados, todo o necessário para que estejam bem preparados para os exames”, destaca Rogério Siqueira, superintendente da Supir.
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O superintendente da Igualdade Racial de Campos, Rogério Siqueira (esquerda), e o diretor de projetos Diogo Lima falam aos estudantes do curso preparatório social da prefeitura, que sonham entrar numa universidade - Renan Liu/Divulgação prefeitura de Campos
O projeto vai além do conteúdo programático em sala de aula. O contato com gente que veio de onde eles vieram e chegaram aonde eles pretendem chegar é fundamental estímulo e incentivo para os alunos.
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“Os professores e orientadores são negros ou oriundos da periferia, das mesmas condições socioeconômicas dos estudantes. Eles passam esse conhecimento sobre os caminhos e desafios para se chegar a uma formação superior sem os recursos financeiros de que a maioria dos candidatos ao vestibular dispõe”, ressalta Siqueira, acrescentando que o preparatório social oferece um programa de mentoria para auxiliar os jovens em muitos aspectos, inclusive na escolha da profissão que pretendem seguir.
A Supir está em processo de convocação dos nomes na lista de espera, para substituição dos desistentes. Os candidatos foram selecionados respeitando os critérios da Lei de Cotas, com metade das vagas reservadas para negros e demais critérios socioeconômicos.
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O curso preparatório social da prefeitura de Campos visa contrabalançar as desvantagens enfrentadas pelos estudantes da rede pública na busca por uma vaga num curso superior - Renan Liu/Divulgação prefeitura de Campos
“Dar oportunidade a quem precisa é missão de quem preza por justiça social”, Diogo Lima, diretor de projetos da Supir. “Somos gratos a todos os parceiros que se engajam todo ano para dar essa chance de entrada de jovens em universidades e cursos técnicos de referência em nossa região”.