Conforme denúncias relatadas ao Sindipetro, mais dez trabalhadores estão em isolamento dentro da plataforma P-40, aguardando o desembarque.Divulgação

CAMPOS - As plataformas da Petrobras na Bacia de Campos registraram surtos de Covid-19 nas últimas semanas, segundo o Sindicado dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Mais de 60 trabalhadores precisaram ser desembarcados da P-43 nos últimos dias, sendo 22 deles com casos confirmados da doença. Os demais são trabalhadores que tiveram contato com contaminados.
Conforme denúncias relatadas ao Sindipetro, mais dez trabalhadores estão em isolamento dentro da plataforma P-40, aguardando o desembarque. Além disso, pelo menos três trabalhadores já teriam desembarcado com sintomas de coronavírus.
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O primeiro deles foi na noite do último sábado (14). O trabalhador desembarcou de maca em um vôo aeromédico e segue internado no Rio de Janeiro.
O Sindipetro afirma que a Petrobras tem descumprido uma determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT), que recomenda que os trabalhadores não sejam mantidos em isolamento a bordo, já que "tem recebido relatos de petroleiros e petroleiras que não conseguem desembarcar, vivendo em grande risco e apreensão em um local onde acontece um surto de Covid-19".
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Os trabalhadores, inclusive, conforme sindicato, "já cumpriram período de embarque superior a 14 dias, o que contraria a decisão judicial obtida em ação civil pública, que determinou que a Petrobras 'se abstenha, em âmbito nacional, de adotar escalas de embarque em regime de revezamento por período superior ao máximo de 15 dias consecutivos'".
De acordo com a recomendação do MPT, em caso de surto a bordo, os novos embarques devem ser suspensos até o desembarque de todos os casos suspeitos ou confirmados, completa desinfecção da unidade e controle do surto. Caso seja confirmada a doença, todos os trabalhadores devem ser testados.
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O Sindipetro também afirmou que a Petrobras descumpre a determinação de testagem periódica dos petroleiros, que viabiliza testes apenas antes dos embarques, "o que não permite ter segurança de que realmente o vírus foi identificado".
Petrobras garante manter rigoso protocolo preventivo
A Petrobras, em nota, garantiu que segue um rigoroso protocolo preventivo nas unidades offshore e "age rapidamente sempre que um colaborador reporta sintomas a bordo".
Conforme a empresa, nesses casos, enquanto aguarda o voo para o desembarque, o petroleiro permanece isolado em um camarote, monitorado por equipe de saúde. Também são desembarcados todos os trabalhadores que tiveram contato próximo com o caso suspeito.
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Em relação à frequência dos exames de testagem, a Petrobras informou que o protocolo para unidades offshore envolve quarentena e teste RT-PCR pré-embarque, redução do efetivo presencial, uso obrigatório de máscaras, reforço na higienização e distanciamento, além de conscientização sobre cuidados individuais dentro e fora do ambiente.
Sobre as escalas excepcionais e temporárias adotadas em períodos mais críticos da pandemia da Covid-19, a empresa esclareceu que "já foram descontinuadas e os empregados da Petrobras e de prestadoras de serviços já retornaram às escalas normais".