União Brasil é o novo partido de Garotinho, que só define candidatura depois de dois de abril Foto Agência Brasil/Divulgação

Campos - “Defini o partido pelo qual disputarei a eleição deste ano, em razão da liberdade de escolha que o União Brasil me garante, pelo respeito às minhas opções”. A justificativa é do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, que acaba de optar pela filiação à nova sigla, que surge da junção do Partido Social Liberal (PSL) e do Democrata (Dem). No entanto, a qual cargo ele concorrerá nas eleições deste ano, somente no início de abril o político anunciará.
A expectativa é de que Garotinho possa fortalecer o União Brasil no Estado, a exemplo do que fez com o PSB, pelo qual se elegeu governador em 1998; a previsão é de que sejam eleitos de 12 a 14 deputados estaduais e 10 federais. Ele faz alto elogio à “nova casa”, ressaltando que o espírito democrático o atrai, mas critica os demais: “infelizmente, partidos políticos no Brasil, praticamente sem exceção, não tem programas definidos, são partidos de ocasião”.
Demonstrando estar à vontade na nova opção partidária, Garotinho diz que a liberdade de escolha a ele garantida é fundamental na vida do homem público. “Sou trabalhista, nacionalista e cristão. Sempre defendi o trabalhismo, quem produz a riqueza do país; os valores pregados no evangelho que norteiam a vida de família cristão; e os interesses da nação brasileira. Não é o partido político que irá me mudar”.
A questão da candidatura, há cerca de dois meses, Garotinho chegou sinalizar a possibilidade de apoiar o governador Cláudio Castro à reeleição e buscar uma cadeira à Câmara Federal (onde já esteve de 2011 a 2015, eleito pelo PR com 694.862 votos); mas, já não expõe tanta certeza: “estou repensando se apoio o governador, porque ele está mantendo algumas ‘laranjas podres’ (no declinou nomes) no governo”.
No entanto, a atual posição do ex-governador não parece ser questão fechada: “Cláudio Castro terá a chance de fazer a ‘limpeza’ na reforma administrativa obrigatória, porque quem for candidato e estiver no governo, terá que se desincompatibilizar; dependendo do que ele fizer, é possível até que eu volte a pensar em apoiá-lo”.
Garotinho também se posiciona sobre a presidência da República: “Lula já decidiu que apoiará Marcelo Freixo (PSB); Ciro Gomes que ficará com o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT); enquanto a tendência lógica (por serem do mesmo partido) é Bolsonaro ficar com Claudio. Diante deste quadro, hoje, meu eleitor ficará livre na escolha. Já no meu caso, conforme eu disse, vou aguardar até dois de abril, prazo máximo dado pela legislação eleitoral para filiação partidária. Com a filiação agora eu dou um passo, o próximo será se serei candidato ao governo do Estado ou a Deputado Federal”.
Sem entrar em detalhes, Garotinho afirma que “política de infidelidade no Estado do Rio de Janeiro é algo impressionante”. Ressalta que está ouvindo o povo e muitos insistem que ele volte ao governo, enquanto outros defendem sua candidatura à Câmara Federal. Também sem detalhar, o político revela que está andando com segurança reforçada, autorizada pelo Ministério Público Estadual, desde quando o policial que o agrediu na prisão foi denunciado. Embora assinalando que não acredita em numerologia, o ex-governador (que deu as declarações em uma live, na noite desta segunda-feira) resume: “minha casa na Lapa, em Campos é número 44; meu número na campanha passada era 44; o apartamento onde moro no Flamengo (Rio) é 144; e 44 é o final do número do meu escritório, na Glória, termina em 44. União Brasil também é 44”.