A um desses personagens misteriosos ele deu o nome de Filemon
Por Fernando Mansur
Ao ler suas Memórias, vemos como a vida psíquica de Jung era riquíssima. Aqui no Brasil, a Dra. Nise da Silveira – que criou o Museu do Inconsciente – foi uma de suas seguidoras, numa época em que não havia Instagram. Rsrs.
Jung convivia com personagens psíquicos interessantíssimos, que costumavam lhe deixar intrigado: seriam eles verdadeiros ou uma fantasia de sua fértil imaginação? A um desses personagens misteriosos ele deu o nome de Filemon: “Psicologicamente, Filemon representava uma inteligência superior. De vez em quando tinha a impressão de que ele era quase fisicamente real.
Publicidade
Passeava com ele pelo jardim e o considerava uma espécie de guru, no sentido dado pelos hindus a esta palavra. ...Passados mais de 15 anos, recebi a visita de um hindu muito culto, idoso, amigo de Gandhi... Indeciso, perguntei se ele podia falar acerca da natureza e do caráter de seu próprio guru. Com a maior naturalidade ele respondeu: - Oh! Sim, era Chankaracharya. - O comentador dos Vedas?... Mas ele morreu há séculos. - Sim, é dele que estou falando. - O senhor está falando de um espírito? – perguntei. - Naturalmente, de um espírito. Nesse momento lembrei-me de Filemon. ‘Há também gurus espirituais’, ele acrescentou. ‘A maioria dos seres tem gurus que são homens vivos. Mas há os que têm um espírito como mestre’. Esta notícia foi para mim tão consoladora quanto esclarecedora.” Bom, acho que podemos ficar por aqui hoje. Um domingo bem inspirador para você. Com boas reflexões!