Jung propõe questões que nos levam a refletir profundamente sobre o propósito e o significado da Vida, mais propriamente da nossa vida.
Por Fernando Mansur
O mês termina com minha última coluna referente ao livro de memórias do psiquiatra C. G. Jung (Ed. Nova Fronteira), cujos trechos selecionei e publiquei aqui nas últimas semanas. Jung é um companheiro instigante. Propõe questões que nos levam a refletir profundamente sobre o propósito e o significado da Vida, mais propriamente da nossa vida.
Jung falou e calou muitas coisas: “Percebi que é inútil falar aos outros sobre coisas que não sabem. Quem não compreende a injúria que inflige a seus semelhantes falando de coisas que ignoram é um ingênuo. Perdoa-se um tal descuido só ao prosador, ao jornalista, ao poeta. Compreendi que uma ideia nova, isto é, um aspecto inusitado das coisas só se afirma pelos fatos. Os fatos abandonados nem por isso desaparecem; um belo dia ressurgem, revelados por alguém que compreende seu significado.”
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Para ele, a verdade está acima da autoridade pessoal. Dizia: “Só me importa a pesquisa da verdade, e de forma alguma, a questão do prestígio pessoal.” Para concluir, e já com saudades do amigo: “O homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera. Elas se mudam para a casa vizinha e poderão atear o fogo que atingirá sua casa sem que ele perceba. Se abandonarmos, deixarmos de lado, e de algum modo, esquecermo-nos excessivamente de algo, correremos o risco de vê-lo reaparecer com uma violência redobrada.”
No alvorecer de suas pesquisas Jung publicou seu Livro Vermelho, e agora a Editora Vozes lança no Brasil uma caixa com 7 volumes de seus Livros Negros. Boa leitura!
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