Só por hoje, não reclamar, agradecer. Só por hoje, não julgar, ficar contente. Só por hoje, perdoar, seguir em frente. Só por hoje, me acarinhar, me aninhar no colo da mente, pensar com o coração, alegremente. Aceitar, receber, dar, esquecer o que não vale a pena alimentar.
Não ter medo do medo, nem do mal onipresente; saber que o bem mora ao lado e a porta está sempre aberta, aguardando minha visita que é dada como certa. Só por hoje acredito que a confiança vencerá a desdita. E se amanhã eu mudar de ideia, tudo bem, isso também é passageiro. Sou eu o motorista que me guia, o marinheiro que conduz o barco por onde navego.
E se “quem é do mar não enjoa”, sigo a vida numa boa, mas não deixo de escutar o conselho do velho marinheiro “que durante o nevoeiro, leva o barco devagar”. E, no entanto, é bom lembrar que “é preciso cantar e alegrar a cidade”, continuar, prosseguir, confiar.
“Navegar é preciso”, sigamos, ó pá! Gente de todo lugar. Não fujamos da raia. Mesmo com o mar revolto, existe ao longe uma praia. E como “longe é um lugar que não existe”, voemos, imaginemos, vivamos o aqui e agora. Bora!
Disse o Iluminado: “Felizes aqueles que vivem um dia de cada vez, reclamam pouco e agradecem pelas pequenas coisas”. E, só por hoje, recordemos Lao Tsé: “Não podemos exigir que os outros sejam como queremos, pois nem nós somos.” Vamos!
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