O corpo é o templo da alma, o repositório de sentimentos e pensamentos que cultivamos ao longo dos anos. Hábitos e idiossincrasias moram no corpo. Somos um reflexo dessa morada.
Assim como existe a casa externa, onde o corpo habita, este corpo é o veículo por onde nosso Ser transita no mundo. Como temos tratado nosso corpo? Como o alimentamos? E aqui não falo só do alimento físico. Que pensamentos e emoções lhe proporcionamos diariamente?
O corpo é o veículo, como um cavalo, cujas rédeas devem estar sob nosso controle. Precisa ser educado para nos obedecer, mas para isso devemos ter claro o que queremos. Que corpo estamos construindo, para que finalidade ele está sendo adestrado? Qual a idade deste seu corpo? Que peso ele vem carregando nesse período? E durante esse tempo, quantas vezes já paramos para reconhecê-lo e agradecê-lo?
Você costuma tocá-lo afetuosamente, de vez em quando, como se acaricia o rosto de um cavalo companheiro? Que memórias este nosso amigo acumula? Que marcas ele traz registradas em suas fissuras, em cada músculo, em cada órgão? Além do banho físico, que tipo de higiene lhe propiciamos?
O corpo também é a morada da ética – como disse o filósofo Heráclito. A Luz do Fogo-Logos nele habita, como explica o professor Alberto Brum no livro “O Mistério da Ética”, da Editora Garbha-Lux. Compete a nós, como inquilinos conscientes, trata-lo e usá-lo com a dignidade que ele merece.
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