Arte coluna Atila Nunes 25 junhoArte Paulo Márcio

A grande diferença quando se evoca espíritos evoluídos (superiores) e os que ainda não conseguiram evoluir (os inferiores), é como se comportam. Espíritos atrasados só vêm quando acham que podem dominar e enganar. E mais: odeiam ser repreendidos. Já os espíritos bons, quando são chamados sem necessidade para futilidades, escolhem as alternativas: ou não vêm ou se retiram o mais rápido possível.

Espíritos, quaisquer que sejam, não gostam de servir de divertimento para curiosos. Não gostam de serem usados como ferramentas para que revelem particularidades dos que os chamam. Eles não são um confidente. A experiência comprova que a evocação é sempre agradável aos espíritos, quando feita com fim sério e útil. Os bons têm prazer em nos instruir; os que sofrem encontram alívio na simpatia que demonstramos a eles; os que conhecemos ficam satisfeitos em serem lembrados.

Não há necessidade de evocar os espíritos toda vez que desejarmos que eles se manifestem. Eles se apresentam sem serem chamados, porque é uma prova que vêm de boa vontade. O problema é que quando um espírito se apresenta por si mesmo, por não estarmos certos da sua identidade, podendo tanto serem espíritos bons, quanto mistificadores.

A escrita é um meio material de que o espírito se serve para atestar a sua presença, mas é o pensamento que o atrai, não o ato de escrever. Quando um espírito inferior se manifesta, podemos obrigá-lo a retirar-se, simplesmente não lhe dando atenção. As entidades inferiores se apegam aos que os acham divertidos, o que é um erro.

Podemos evocar várias entidades ao mesmo tempo. Isso acontece nos centros espíritas e umbandistas, que têm vários médiuns. Pode ocorrer de vários espíritos serem chamados simultaneamente, tendo um número pequeno de médiuns. Aí, um deles responde por todos e exprime o pensamento coletivo. A mesma entidade pode comunicar-se, simultaneamente, durante uma sessão, por dois médiuns diferentes. O espírito evocado simultaneamente em muitos lugares pode responder ao mesmo tempo às perguntas que lhe são dirigidas, se for uma entidade elevada.

Quanto mais puro é o espírito, mais seu pensamento se irradia e se estende como a luz. Os inferiores são materiais, respondendo senão a uma única pessoa de cada vez. Não conseguem vir a um lugar, se são chamados em outro. Já um superior, chamado ao mesmo tempo em pontos diferentes, responderá a ambas as evocações, se as duas forem sérias e fervorosas.
Os espíritos puros, isto é, os que já terminaram a série de suas encarnações, podem ser evocados, mas raramente atenderão. Eles só se comunicam com os homens de coração puro e sincero, não com os orgulhosos e egoístas. Por isso mesmo, é preciso desconfiar dos espíritos inferiores que se gabam dessa qualidade para se darem mais importância.

Muitos se perguntam como o espírito dos homens mais ilustres atenda com tanta facilidade ao chamado das pessoas mais simples. A gente não pode julgar as entidades pelo que somos. Isso é um erro. Após a morte do corpo, as categorias terrenas deixam de existir. Só a bondade estabelece distinção entre eles. Os que são bons vão a toda parte onde haja um bem que possam fazer.

A pergunta mais frequente é: quanto tempo depois da morte se pode evocar um espírito? Até no próprio instante da morte é possível, mas como nesse momento ele ainda se acha no estado de perturbação, mal poderá responder. Não há prazo fixo para fazer-se a evocação. É raro que, ao fim de oito dias, o espírito já não tenha conhecimento do seu estado, para poder responder. Algumas vezes, isso lhe é possível dois ou três dias depois da morte.

Ah, sim, a alma da criança é um espírito ainda envolto na matéria. Liberta desta, goza das faculdades de um espírito, já que espíritos não têm idade. Isso prova que o espírito da criança já viveu.
Átila Nunes