bispo27marARTE KIKO
O advento das redes sociais tornou presente um novo estilo de ser em sociedade que é “ser na presença dos outros”, ou seja, todo mundo vive sob o olhar de todo mundo. Se há uma foto lá, isso é mais que o bastante para tornar essa pessoa um alvo dos olhares virtuais distantes.
A privacidade e o direito de “ser para si” estão sendo cerceados da sociedade do século vigente, de modo que muitas pessoas estão sendo sabotadas por uma falsa ideia de que consiste em estabelecer uma demanda para administrar problemas, dores, dúvidas, crises e um misto de emoções de terceiros.
A pergunta que não cala: quem está administrando bem a própria vida a ponto de lidar (com êxito total) com todos os problemas e todas as dores, dúvidas, crises e um misto de emoções que habitam a própria alma? A resposta é evidente. Essa atitude e tantas outras se chamam autossabotagem, isto é, agir contra si mesmo; deixando de cuidar dos próprios dilemas e dores, para cuidar dos dilemas e dores do outro, mas só é possível ser útil ao outro quando administramos corretamente a nossa própria vida.
Um cego não pode guiar outro, pois, se isso acontecer, ambos cairão num buraco, disse o Senhor Jesus (Mateus 15.14). A Bíblia nos fornece muita sabedoria neste sentido. Quando alguém se importa com quem deve se importar a princípio, passa a ficar apto a não só se importar como de fato auxiliar outras pessoas que também precisam de ajuda.
Cuidar da própria vida não é egoísmo; é uma expressão de amor que pode e, provavelmente, vai respingar de modo vivificante em outras existências que estiverem por perto. Pense nisso.
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