Arte coluna Bispo 21 agosto 2022paulo márcio
Quando uma pessoa abusa da confiança do outro, ela transgride um pacto inconsciente, que não precisa estar escrito em papel ou em lugar algum. O pacto é feito de sentimentos. Há um investimento afetivo que sustenta e um concerto feito na alma que, segundo nosso entendimento, não pode ser quebrado. Estão envolvidos a confiança e inúmeros sentimentos que a alma vivencia através desse laço.
Quando a traição acontece, a pessoa perde o chão. Dói tanto que elas se sentem estilhaçadas. É dolorosa porque há o rompimento de uma aliança, seja em um relacionamento amoroso, ou uma amizade.
As traições mudam rumos de histórias e abrem feridas na alma, pois quebram princípios estabelecidos e rompem alianças, abrindo brechas que são difíceis de remendar. Tentar consertar o que se quebrou é uma tarefa árdua. Não existe nenhuma fórmula mágica ou analgésico potente capaz de curar um coração ferido.
Cabe a cada um decidir camuflar, fugir ou fingir que não está doendo ou enfrentar de cabeça erguida o que aconteceu. Então, inicialmente, entenda que o desleal foi o outro, e o ofendido é você. Nem sempre a pessoa tem capacidade de entender o tamanho do estrago que fez (o tanto que te magoou).
Também não é recomendável dar vasão ao desejo de tentar compreender os motivos que o levaram a isso. É desgastante ficar em busca de respostas que não podem mudar o que aconteceu. Talvez a escolha mais acertada nestes casos seja buscar se refazer, costurar com calma o ferimento; remendando os frangalhos do coração.
Não é o tempo que cura. É a decisão de não querer continuar ferido. É um processo. Só tem cura se houver perdão. Mas não há dor tão grande que o amor de Deus não cure. Ele “sara os quebrantados de coração, e lhes ata as suas feridas”, Sl 147.3. Deus abençoe a tua semana.
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