
2) Há quem defenda que o mosaico em preto e branco do calçadão foi inspirado no rio Negro e Solimões. Quanto criatividade! Foi inspirado no desenho Grande Mar, no Rossio, em Lisboa. Em 1970, o paisagista Burle Marx redesenhou o calçadão.
3) Em 1903, Copacabana, como bem disse o cronista João do Rio, era um aprazível lugar para fugir das altas temperaturas dos bairros afastados dos ventos oceânicos. Um bairro novo, ameno, onde as pessoas costumavam frequentar a noite para tomar um sorvete e saborear uma cervejinha gelada.
5) Deixando um pouco de lado a paz, o chesburguer e o amor. Em 1922, o bairro presenciou a revolta dos 18 do Forte. O Forte de Copacabana foi tomado por militares descontentes. A praia virou palco de guerra e o Tenentismo ganharia força. Em 1954, na rua Tonelero, um crime que abalaria o país e aumentaria a tensão do presidente Getúlio Vargas: Carlos Lacerda sofreu um atentado. O resto você já sabe.
6) Por falar em 1950 e puxando 1960 para o jogo, que maravilha lembrar que no Beco das Garrafas uma leva de craques musicais nasceu. Tem para tudo que é gosto: de Simonal a Elis Regina, passando por Sérgio Mendes. A Bossa Nova ganha força nesse espaço.
7) Copacabana Palace é um movimento a parte. No grande Hotel de 1922 já aconteceu de tudo um pouco: a cantora americana Janis Joplin nadou pelada na piscina e foi expulsa e até um presidente da república do Brasil foi encontrar uma amante e tomou um tiro. Poderia escrever sobre Jorginho Guinle, herdeiro do Copa, até amanhã de manhã. Ele foi um embaixador do turismo brasileiro no exterior.
8) Falei da Janis Joplin nadando pelada e não posso esquecer dos gringos presos nadando pelados na praia em 1999, em frente a discoteca Help (quem lembra?). Foram presos e levados para delegacia. Problema: ninguém falava inglês. Sobrou a tradução para um camarada que tinha sido roubado. Copacabana. Rio de Janeiro.
9) Help me lembrou Barbarella. Em 1998, uma situação se tornou folclórica: o baterista do grupo irlandês U2 esteve na boate recentemente fechada. Há relatos de fãs na porta. Há relatos que Larry Mullen Jr. pensou não sair nunca mais. Foi feito um show especial para o rapaz.
10) O saudoso Eduardo Coutinho encontrou o edifício Master e filmou uma das maiores pérolas do cinema documentário do Brasil. Se você não assistiu, por favor, assista. O filme conta a história de diversos moradores de um prédio emblemático desse bairro.