Praça José de Alencar, no Flamengo - Thiago Gomide
Praça José de Alencar, no FlamengoThiago Gomide
Por Thiago Gomide
Pedágio gera inúmeras discussões.
E não é de hoje, evidente. Carioca está acostumado a debater esse tema.
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Fomos pioneiros. 
Vamos voltar para 1578, afinal vou apresentar agora o então, comparando aos dias atuais, governador do Rio de Janeiro: Antônio Salema.
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O português Salema foi professor em Coimbra, cidade perto de Lisboa, e ficou marcado no Brasil como um homem violento, patrocinando o genocídio de índios, e também pelos avanços econômicos da região.
Ele, por exemplo, investiu bastante no desenvolvimento da produção de açúcar. 
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No lugar onde hoje se encontra a estátua do escritor José de Alencar, no Flamengo, pertinho do Largo do Machado, Salema construiu uma ponte, que logo recebeu popularmente seu nome.
O limpo rio carioca passava por baixo.
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Era uma beleza.
Muitas pessoas, em especial aqueles que iam de um lado para outro vendendo objetos ou animais, precisavam atravessar a ponte.
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Aí era a hora de pagar o pedágio. Em alguns réis o cidadão acabava morrendo.
O trânsito fluiu melhor na cidade por causa dessa construção, diga-se.
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Havia alternativas para fugir da mordida do pedágio? Tinha, mas eram demoradas e, não raro, arriscadas.
A “ponte do Salema”, que depois ganharia o nome de “ponte do Catete”, funcionou por cerca de 3 séculos.
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Saiu de cena na segunda metade do século XIX.
Desde 1897, o autor de clássicos da nossa literatura, como “O Guarani”, convive com o barulho dos carros e com os inseparáveis pombinhos.
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Dia desses, sentados à beira da estátua, um rapaz penteava romanticamente as longas madeixas de uma senhorita.
Bonita cena, mas não parecia a releitura de Pery e Ceci.
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Ou será que flechas tentaram impedir os dois?
Tomara que não.
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Tomara que nunca não.
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Boi voador aumentou pedágio no Recife

Em 1664, para arrecadar mais com pedágio, o conde Maurício de Nassau, administrador dos domínios holandeses no Nordeste, fez um boi voar na então maior ponte da América.
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A construção da ponte ficou mais cara do que o previsto. Para tentar recuperar parte da grana, Nassau resolveu cobrar um pedágio.
Como sacada publicitária, ele montou uma traquitana que dava a sensação de um boi estar voando.
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A turma adorou.
Conto tudinho nesse vídeo aqui:
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*
Ficou sem grana e criou um pedágio 
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Na história biruta do Rio de Janeiro, um cidadão revoltado que estava sem grana resolveu criar um pedágio para chamar de seu. 
Ficava na ida para Teresópolis. 
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Até ser contido, acabou levantando um dinheirinho.  
Foi matéria e tudo do Jornal do Brasil.