Adriana Garcia, diretora da UniveritasDivulgação
Adriana Garcia é um mosaico de sotaques, mas também de experiências e conhecimentos. Durante dois anos, trabalhando pela Prefeitura da capital pernambucana, cuidou de uma das áreas mais charmosas e desafiadoras do Brasil. “Incentivei que as pessoas conhecessem mais os encantos do Recife antigo”, disse orgulhosa. O mestrado foi em Geografia Humana, pela USP, e o doutorado em Meio Ambiente, pela UERJ. O sonho é cursar moda, mas quando a poeira baixar.
Lá pelas tantas da entrevista, voltamos para Recife, conhecida como a Veneza brasileira, por causa das pontes e rios. “Você precisa fazer o tour pela Recife mal-assombrada”, sugeriu. Arregalei os olhos, indicando que, apesar de também escrever para o History Channel, estou distante do desejo de encontrar Ets, almas penadas ou algo do gênero. Alternando entre risos e pausas sérias, a conversa fluiu e se aprofundou na importância de olhar o estudante com ainda mais atenção.
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Coisas do Rio – Pergunta que abre todas as entrevistas: o que você e a Univeritas aprenderam em 2020?
Adriana Garcia – Nós aprendemos primeiro a ter mais empatia. É uma coisa muito importante entender o que o aluno está passando. A gente tinha casos aqui de alunos que não tinham 3G ou não tinham acesso à internet porque o traficante ou a milícia não deixavam o aluno ter acesso naquele momento e ele estava na aula dele, ele precisava fazer a prova. Então é preciso entender que no momento aquele estudante não está podendo fazer a prova, deixando fazer outro dia. É se colocar realmente no lugar do outro, do professor que não está bem(...) Isso é um grande ponto que a gente aprendeu. Eu acho que o segundo ponto é realmente esse preconceito que a gente tinha do ensino remoto, da falta de calor humano, e a gente tem calor humano...
CdR – Conseguimos ter calor humano a distância?
AG – Sim. A gente consegue sim ter pessoas ouvindo, pessoas interagindo com o ensino a distância. Eu acho que isso aprendemos também.
CdR – O que mudou na relação com os alunos a partir do momento que teve a pandemia? Quais são os cuidados mais necessários para poder manter uma relação calorosa?
AG – A gente precisa criar um efeito multiplicador dessa ideia, que é fazer o bem sem olhar a quem. Não consigo ouvir todos os alunos, mas consigo pedir para os meus coordenadores ouvirem. Uma marca que sempre gostei muito é não deixar ninguém sem resposta, mesmo que seja um não. Acho que essa relação com o aluno, que foi essa multiplicação de pedir aos coordenadores que conversem com seus alunos, que entendam eles, entendam o processo e acredite. A gente tem que se colocar no lugar do outro.
CdR – Independente de pandemia, reitores, diretores, coordenadores e também professores precisam estar atentos para identificar com velocidade aqueles estudantes que estão atravessando momentos muito complicados. Como fazer isso?
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