Colunista teve acesso ao Museu da Rádio Nacional: estreia é esperada para o final do ano
Museu da Rádio Nacional: em breve será aberto ao público - Thiago Gomide
Museu da Rádio Nacional: em breve será aberto ao públicoThiago Gomide
Por Thiago Gomide
Na Rua da Relação, número 18, há uma verdadeira cápsula do tempo que promete levar o visitante aos anos de 1950. Estou me referindo ao prédio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e ao Museu da Rádio Nacional, uma das emissoras mais importantes da nossa história.
Influente desde sua criação, em 1936, a Rádio Nacional contribuiu para que o Brasil se conhecesse. Foram radionovelas, programas de auditório, entrevistas impactantes e coberturas jornalísticas que marcaram ( e ainda marcam) sua trajetória. Pelas ondas dela, descobrimos talentos artísticos, soubemos de catástrofes, como o suicídio do então presidente Getúlio Vargas, brindamos novas eras, como no anúncio do término da Segunda Guerra Mundial.
Ainda no edifício A Noite, no coração da Praça Mauá, conheci os estúdios daquela que ilustrou o imaginário popular. Já estavam em franca decomposição, adianto. Não era para menos: a sede mudara para a Rua da Relação, também no centro do Rio de Janeiro. De qualquer maneira, o espectador conseguia respirar um pouco do que foi, por exemplo, uma gravação de radionovelas, sucessos absolutos nos anos de 1940 a 1960.
Com o leilão do icônico A Noite, imaginei que tudo iria para o espaço. Infelizmente natural em um país que pouco se importa com a preservação de sua memória. Um bom livro, que indico aqui a leitura, sobraria como resquício de um período que não volta mais. Paciência, bufei.
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Há cinco dias, fui à uma reunião no tal prédio da EBC, empresa responsável pela Rádio Nacional. Depois da conversa, o Gerente da Rádio da EBC no Rio de Janeiro, Thiago Regotto, me convidou para conhecer a estrutura. Quase tive um troço quando vi o Museu. Primeiro porque achei que tinha sido derrubado. Segundo porque foi totalmente inesperado. Terceiro porque foi feito uma recomposição incrível de como era, com direito a tudo pintadinho.
"Foi um trabalho de mais de 3 meses, entre desmontagem, transporte, restauração e construção. O trabalho foi feito em parceira com a equipe de cenografia e a de manutenção predial da EBC", explica Regotto, que coordenou a turma em meio a pandemia.
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Fiz um vídeo que conta um pouco sobre esse espaço e demonstra minha satisfação:
Ainda tem o telefone que Getúlio Vargas usava para entrar em contato com a Rádio, a mesa do presidente, uma réplica do famoso auditório, microfones da época, espaço para selfie. Uma festa.
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"O espaço deve ser aberto ao público até o final deste ano, com visitas guiadas pelo espaço. Não temos data ainda. Depende da melhora da pandemia", diz Regotto.
É esperado que novas tramas sejam montadas.
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Os ouvintes agradecem. A História também.
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Quer saber mais sobre a Rádio Nacional?
O programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, com a talentosa Vera Barroso, comemorou os 80 anos da emissora contando a história e as muitas curiosidades.
O sucesso de inscrições para o primeiro Festival de Esquetes, organizado pela Funarj em parceria com a rádio Roquette-Pinto, mostrou que há muita gente produzindo textos teatrais em formato de áudio.
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São quase 300 projetos disputando 20 vagas. A recompensa é de 2.000,00 por escolhido. Os vencedores irão ter seus trabalhos expostos na emissora pública.
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