Na inauguração da estátua de Pedro Álvares Cabral, um constrangimento marcou a data: o presidente Campos Salles não conseguiu de jeito algum puxar o pano que cobria o monumento e a plateia comemorava o mico
PolÃcia investiga incêndio na estátua de Pedro Ãlvares de Cabral, no largo da Glória - Foto: Reprodução / Redes sociais
PolÃcia investiga incêndio na estátua de Pedro Ãlvares de Cabral, no largo da GlóriaFoto: Reprodução / Redes sociais
O incêndio na estátua de Pedro Álvares Cabral, na Glória, tem levantado intensos debates.
O que as pessoas não sabem é que essa mesma estátua fez um presidente pagar um imenso mico na frente de centenas de pessoas - que, evidentemente, se divertiam com o fracasso do político.
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Vamos entender.
Quando o Brasil completou 400 anos essa estátua foi erguida. Era uma homenagem, defendiam.
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É possível ver o navegador Pedro Álvares Cabral empunhando a bandeira. Pero Vaz de Caminha, o escrivão, está segurando a famosa carta. Compondo a obra, há também o Frei Henrique de Coimbra, que rezou a primeira missa no Brasil. O religioso está com o crucifixo na mão e olhando para o céu.
Se a viagem dos portugueses em 1500 foi uma loucura, a inauguração dessa estátua não fica atrás.
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Pensa em um lugar lotado de gente. Pensa em um lugar cheio de flores e bandeiras. Nada podia dar errado. Estreias devem ser sempre incríveis. Apesar de ter chovido muito na noite anterior, o dia estava aberto.Com sol, carioca sai de casa. Isso vale pra hoje e para 1900.
Para dar mais suspense, a estátua estava coberta por um pano e um nó garantia a segurança. Como também acontece até os dias atuais, a autoridade máxima deve desatar o nó para que os aplausos cheguem.
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Só que com Campos Salles o bicho pegou. A chuva fez com que o nó não desatasse nem com reza braba. Seria um presságio?
O presidente Campos Salles ficou tentando e nada. Uns ajudantes tentaram também, sem sucesso. Campos Salles ria amarelo e, já sem paciência, quase que se pendurou para dar fim à questão. Nada.
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Vendo que o destino do monumento era ficar no anonimato eterno, um ex-praça do batalhão de infantaria, Martim Francisco de Paula, resolveu entrar em cena. Sob o olhar atento dos otimistas e dos que torcem para que tudo termine em gargalhada, ele escalou a estátua e puxou o pano.
Do silêncio veio o delírio.Parecia final de Copa do Mundo. O hino nacional, óbvio, foi tocado em seguida, tentando trazer um laço de patriotismo e apagar a cara de tacho do presidente.
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A estátua de 10 metros foi esculpida pelo artista mexicano Rodolpho Bernardelli.
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