Alok
AlokReprodução / Instagram
Por O Dia
Aos 29 anos, Alok Achkar Peres Petrillo é um DJ e produtor musical brasileiro que figura há mais de quatro anos entre os melhores do mundo na cena da música eletrônica. Mas Alok é um homem que se preocupa com a natureza, com as relações humanas e tem fé na esperança de um mundo melhor hoje e agora. Não é à toa que o marido de Romana Novais e o pai de Ravi e Raika mantém e apoia várias ações sociais. Ele ainda trabalha como voluntário em outros projetos. No primeiro Natal como pai, Alok acredita que vai ser especial por ter os filhos por perto, especialmente pela caçulinha, que nasceu de forma prematura por conta das complicações da Covid-19 da mulher. "Um sonho", anuncia DJ Alok.
Você é um dos maiores DJs do mundo e quando criança, geralmente um menino sonha ser jogador de futebol ou astronauta ou médico. O que você sonhava ser e quando descobriu que era bom com as carrapetas?
A influência de pais e amigos como Djs foi muito forte. Quando éramos criança, nós (ele e o irmão Bhaskar Petrillo) preferíamos brincar com a CDJ (Compact Disc Jockey ou mesa controladora) a jogar vídeo game. Na escola ninguém entendia nada, rolava um preconceito também por meus pais serem DJs. Aos poucos, fomos entendendo que era aquilo que queríamos e o festival da minha família também acabou ditando um pouco o caminho e deu no que deu...
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Você revelou que teve depressão e que sua vida foi ressignificada após uma viagem à África. O que você pode falar sobre isso e foi a partir daí que você começou a trabalhar com projetos e ações sociais?
Eu lidava com a depressão que ia e vinha, até que recebi o convite para visitar aldeias em Moçambique, na África. Isso ressignificou tudo para mim. Me fez ampliar a visão e furar a bolha. Há muita coisa acontecendo a nossa volta. Digo que a música tem um poder transformador por si só, e através dela sei que posso ajudar muita gente. A pergunta não deve ser qual o sentido da vida, mas o que a vida pode significar. A partir daquela experiência eu procurei conhecer outras ações aqui no Brasil e participar de forma ativa de suas atividades. E foi essa necessidade de fazer ainda mais por quem precisa que me fez planejar o Instituto Alok, que agora tomou forma. E a partir disso tudo passou a ter sentido pra mim me vendo com uma ferramenta que possa contribuir dando um pouco de dignidade para a vida dessas pessoas.
O que você faz como voluntário no projeto 'Fraternidade Sem Fronteiras'?
Eu participo de forma ativa com as ações de comunicação e campanha para arrecadações. Além disso, também tenho realizado doações que somam força para esse trabalho maravilhoso com exército lindo e enorme de voluntários no Brasil e também na África.
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Você é uma pessoa preocupada com o meio ambiente e, claro, com a relação humana. Como você descobre ou estuda ou se interessa por um determinado projeto ou ação? O que te faz engajar nessas ações?
Eu sinto que estou sempre descobrindo coisas novas. Tem muitas coisas para eu aprender, vivenciar e colaborar. Aliás, todos nós podemos fazer isso. Atitudes que às vezes não dependem nem de dinheiro, como recolher um lixo poluente na rua, dar um sorriso a alguém na nossa volta, etc. Pequenos gestos já são grandes transformadores. Para o meu Especial de Final de Ano, por exemplo, conheci o trabalho da ZEG e trouxe eles para somarem conosco. Assim, toda energia utilizada na Alive foi ressignificada em energia limpa, sustentável.
Qual é a sua participação nos Projetos Axé e Retratos da Esperança, por exemplos?
Do Projeto Axé, tive o prazer de fazer uma doação de um show que realizei na Bahia, além de visitar o projeto e entender o quão importante ele é pra cidade de Salvador tirando crianças da rua. Já no Retratos da Esperança, fui apresentado pelo pessoal do Fraternidade Sem Fronteiras. Encontrei ali a realidade de uma comunidade na região de Canudos, na Bahia. Alguns grupos de pessoas sem casa e sem acesso a água. Me solidarizei com eles, por isso estamos auxiliando na construção de 15 casas e para que tenham acesso a água em suas residências.
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Ser voluntário para você é....
Ter empatia pelo próximo, olhar fora do nosso conforto ajudando a transformar vidas proporcionando dignidade.
E a ideia do Instituto Alok? O que você pretende fazer com esse projeto?
A ideia do Instituto nasce com objetivo de financiar projetos de enfrentamento à exclusão social fomentando o acesso a oportunidades, especialmente para jovens e mulheres em áreas vulneráveis, rurais e urbanas do Brasil. Eu convido você a visitar nosso site, www.institutoalok.org, onde todos poderão ter uma visão mais completa das ações que estamos apoiando e como o Instituto vai funcionar. Será um prazer contar com o apoio seu e de seus leitores.
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Li que o Instituto tem um fundo de 27 milhões de reais, maior valor doado por um artista brasileiro nesse sentido. Como é isso? Quem pode colaborar?
Criamos esse fundo com recursos pessoais e também com os resultados financeiros da parceria com a Garena Free Fire (desenvolvedora de jogos) com a venda de acessórios do meu personagem dentro do jogo, que foi o jogo mobile mais baixado do mundo no primeiro semestre desse ano. Espero que esse seja só o começo e que a gente consiga contar com o apoio de outras pessoas, empresários e marcas. Quanto mais nos conectarmos, mais podemos fazer. Precisamos multiplicar todas ações que visam somar a quem mais precisa para que elas não durem apenas por períodos determinados, mas sim que sejam ações cada vez maiores e duradouras.
Você tem também um projeto no universo dos games. Como é isso?
Sim, é o Alok Game Changer. Hoje fazemos frequentemente campeonatos e em um futuro próximo esse projeto ganhará um outro formato, maior, com mais alcance e objetivos.
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Três sonhos que ainda deseja realizar na vida?
Tenho muitos sonhos, estou engatinhando ainda. Quero que o Instituto Alok receba o apoio de outros parceiros e que a gente consiga ampliar seu alcance de ajudar milhares de pessoas. Quero ver o desenvolvimento da minha família, estar sempre presente para acompanhar o crescimento dos meus filhos.
O que você mais ouve quando as pessoas descobrem que você é o Alok e é voluntário em um projeto social?
Poderia ser algo normal e quase que natural e que as pessoas também fizessem o mesmo. Mas, às vezes elas não entendem o porque de doar tanto e toda hora. Não está ligado ao ego, mas sim em ter a convicção de que eu posso fazer algo pelas pessoas além do meu conforto. Que a satisfação em fazer isso e ver a felicidade dos outros é também a minha satisfação.
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Como vai ser o seu Natal?
Será meu primeiro Natal como pai e eu estou muito feliz que a nossa filha poderá estar conosco, em nossos braços. Um sonho. Talvez seja um dos sonhos que faltou na pergunta anterior. Raika e Ravi estando em nossos braços no Natal já seria uma realização e tanto para gente nesse ano tão conturbado.
O que espera de 2021?
Espero que as pessoas realmente mudem e sejam mais empáticas. Entendam a posição do outro e passem a respeitar suas diferenças. Que aprendamos com 2020 e que deixemos pra trás qualquer sentimento que possa causar atritos. Que sejamos acima de tudo muito empáticos com a dor e necessidade do outro. Que estendamos mais a mão para quem precisa.