Rio de Janeiro 17/02/2021 - Belo é preso 4 dias após show em escola no Complexo da Maré. Foto: Luciano Belford/Agencia O Dia
Rio de Janeiro 17/02/2021 - Belo é preso 4 dias após show em escola no Complexo da Maré. Foto: Luciano Belford/Agencia O DiaLuciano Belford/Agência O Dia
Por O Dia
Preso na manhã desta quarta-feira (17), o cantor Belo recebeu voz de prisão enquanto gravava ao lado de sua mulher, Gracyanne Barbosa, para o programa de Rodrigo Faro, da Record TV, em Angra dos Reis. As gravações precisaram ser interrompidas para que o cantor fosse levado pelas autoridades policiais. Belo foi levado direto para a Cidade da Polícia no Rio para prestar depoimento.

A Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), realizou mais cedo a operação 'É o que eu mereço', para cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização de um evento musical no interior do CIEP 326 – Professor César Pernetta, localizado na comunidade do Parque União, complexo da Maré. O cantor Belo, que se apresentou no evento, é um dos alvos da operação.

Na noite do dia 12 de fevereiro, a produtora Série Gold, através de seus sócios/administradores Célio Caetano Joaquim e Henrique Marques Oliveira, vulgo Rick, e o cantor Belo (Marcelo Pires Vieira) realizaram um evento musical, que perdurou até a manhã do dia seguinte, na escola pública do governo estadual, onde houve grande aglomeração de pessoas, de forma a propagar ainda mais a Covid-19.

A DECOD é a responsável pela investigação por se tratar da invasão de um estabelecimento de ensino, localizado no coração da comunidade Parque União, uma das áreas mais conflagradas do Estado, onde a maior organização criminosa do Rio de Janeiro atua. Sendo assim, a polícia acredita que a realização do evento poderia ocorrer com a autorização do chefe criminoso da localidade, identificado como Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, pessoa que controla a localidade há anos e figura como indiciado em diversos procedimentos policiais, sendo, inclusive, um dos criminosos mais procurados do Estado.

“Nesta toada, verifica-se que o cenário fático desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o 'evento contagioso' não foi autorizado pelo Estado, mas sim pelo chefe criminoso local, que também teve a sua prisão preventiva decretada", diz a Polícia Civil em nota.

Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária Série Gold, bem como o bloqueio das contas bancárias dos investigados, até que se apure os prejuízos causados ao Erário Publico pela conduta criminosa.