PocahDivulgação/Thiago Bruno
Quando aceitei o convite, fazia ideia dos possíveis riscos e benefícios que viriam junto com a minha resposta. Sou fã do programa, sei da visibilidade que teria e topei. Claro que dá receio de mexer em onze anos de carreira. Eu não seria humana se não tivesse esse receio. Mas acreditei em mim, na minha verdade, e na minha capacidade e fui. O que eu posso dizer dessa experiência é que, apesar de todos os riscos, foi muito boa e positiva. Costumo dizer que saí de lá não pensando no que fui bem, mas constatando o quanto cresci, evoluí. Porque observada por um Brasil inteiro e observando a mim mesma, só posso dizer que saio melhor, evoluí muito pessoalmente e também para os próximos voos da carreira. Não há recompensa melhor.
Em diversos momentos temi passar uma imagem de injusta, de ser mal interpretada. Em vários momentos pensei sim, repensava muito tudo o que fazia lá dentro, tinha essa preocupação, mesmo porque não sabemos nada do que estão pensando de nós aqui fora. Sobre o Projota e a Karol, falamos sim, eles são artistas incríveis que já conhecia antes. E também não podem ser julgados por um rótulo criado num programa porque ninguém pode ser resumido a um rótulo. Eles são maiores que uma imagem criada num programa. Aliás, todo mundo é diferente na vida real sem a pressão de um confinamento. Tenho um carinho muito grande por eles.
Eu comecei muito cedo, gravei a minha primeira música com 15 anos, então eu não tive tempo de planejar outro caminho, mas tinha sonhos como toda criança. Já quis ser pediatra, veterinária, modelo... Na verdade, para uma menina que, como eu, veio de um lugar com poucas oportunidades e tinha uma vida modesta, ser uma artista conhecida era algo mais distante do que ter as outras profissões que imaginava quando menina. Há momentos que ainda me pego pensando e duvidando que eu tenha chegado tão longe. Mesmo!
Essa é a vida de grande parte da população. Cresci vivendo isso por estar na Zona Sul do Rio. Sim. Já chamaram a mim e ao meu irmão de trombadinha, alguns vizinhos reclamavam e pediam que nós andássemos no elevador de serviço... Era pesado, mas não lembro mais com tristeza. Eu era afortunada, conheci muita coisa a partir dessa experiência e também cresci muito. A Vera, por exemplo, é maravilhosa. Só me deu amor, força e respeito. O que sempre penso é: se no Leblon me estranhavam, em Caxias, meu amor, as pessoas achavam o máximo a gente ir tão longe! (risos)
Fui criada em igreja evangélica, porém hoje não frequento nenhum culto religioso e, por isso, não me rotulo. Como eu já disse: rótulos são imposições que a sociedade coloca na gente. Tenho muita fé e acredito em Deus. Na minha cabeça sou uma mulher como qualquer outra, que trabalha e vai em busca dos seus sonhos, e isso independe da minha condição sexual, além de não interferir na vida de ninguém. Por causa de obstáculos criados por rótulos como os que você me pergunta e que acredito que venci, aprendi a ser mais forte e isso me enche de orgulho.
Gosto de respeito, de bom humor e admiro muito quando as pessoas são focadas. Admiro pessoas que querem muito realizar um sonho, correm atrás e não desistem até conseguirem realizar. Não tolero preconceito, interesse e mentira.
Não tem guerra. Tem respeito e admiração. Me dou bem com todas elas! De verdade.
Nem sempre eu sei de tudo para dar minha opinião, mas, sim, acho extremamente necessário todo artista se posicionar, não só os artistas, como todo mundo. É um dever de todos, mas como nós, os artistas, temos grande visibilidade. Nossa responsabilidade social e dever com as pessoas que gostam da gente, que fizeram a gente estar ali, é ainda maior. Não me sinto bem em não dar voz, mas não faço por estar na moda, faço quando toca meu coração, quando sinto que posso contribuir. Eu acredito que é o papel da arte e não acredito que posso apenas subir ao palco para entreter e esquecer quem me ouve. Eu sou transformada todos os dias pelo meu público. Então é mais que necessário, sim, que eu caminhe, troque e possa fazer da minha voz não apenas diversão, mas também alívio e influir com o que puder e que encontre meus ideais.
Me sinto muito mais forte como mulher, como mãe, como artista. A minha vida foi e é traçada por muitos desafios e a cada um que venço, me sinto mais forte.
Sempre sonhei casar, mas não sou uma pessoa muito tradicional. Não está nos meus planos, por exemplo, casar em uma igreja, mas quero fazer todo o ritual com uma pequena cerimônia para fazer os votos, trocar as alianças e uma festa para comemorar esse momento com todos que nos amam.
Conheci ele em uma festa, no aniversário de um amigo nosso. Foi a primeira vez que nos cumprimentamos. Depois, nos vimos em outra festa. Aí, a Gabily, minha amiga, colocou a gente em um grupo de Whatsapp - apenas eu, ela e ele - e assim saiu o restante da história (risos). Nossa relação sempre foi muito intensa, um encontro mesmo, tanto que desde o primeiro mês a gente falava em morar juntos. Mas sabe o que mexeu comigo? Quando aconteceu o primeiro encontro dele com a minha filha: ela se apaixonou instantaneamente por ele e não desgrudou, foi recíproco e vi muita verdade nos olhos dele. Eles tem uma relação maravilhosa e para uma mãe, me senti duplamente vitoriosa.
Penso sim, mas um pouco mais para frente. Sou uma mãe muito amiga e vou ensinando e educando por meio da amizade. Acho que uma das coisas mais bonitas que as mães tem aprendido é que podem ser amigas das suas filhas e mesmo assim ainda ter autoridade.
Elas se misturam o tempo inteiro... Mas sei que a Pocah tem seu público, que precisa estar sempre bem e que tem metas. A Viviane é a Pocah, mas também tem seu cotidiano, que é simples e tem fragilidades como a de qualquer ser humano.
(Risos) Essa história do basculho é ótima porque hoje, eu e Gil nos divertimos com ela. O basculho ficou lá dentro mas eu, e ele inclusive, descobri o significado aqui fora. Hoje o basculho é a situação do Brasil, né? O Brasil tá lascado! Mas eu torço e luto pra que logo logo, mais precisamente em outubro de 2022, esse basculho acabe (risos).
Eu queria muito comemorar o marco de ter conquistado 15 milhões de seguidores, que pode não ser nada para algumas pessoas, mas foi uma conquista ver tanta gente interessada em mim e no meu trabalho. Só que ganhar seguidores significa ter responsabilidade e temos uma pandemia que está aí há mais de um ano, já matou 500 mil brasileiros e deixou muitas pessoas numa situação difícil. Então eu entendi que deveria devolver às pessoas esse carinho. Primeiro fui convidada pelo Hemorio para ser embaixadora da campanha 'Cada Gota Importa'. Aceitei com muita honra e já fiz minha doação. Sou doadora há anos e muito atenta à causa. Depois tive a ideia dos alimentos e que queria entregar em Caxias, e tudo foi crescendo. O sucesso não me isenta da responsabilidade e isso faz parte do meu aprendizado.
Pretendo sempre que puder. Há quem critique que eu tenha feito doações e as tornado públicas, mas num país com tantos problemas, acho que exemplos podem fazer a roda girar e somar muito. É nisso que acredito.
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