Carla DiazVinícius Mochizuki/Divulgação
Foi uma preparação bastante intensa e complexa, porque eu nunca tinha feito uma personagem real. E essa é uma história que chocou o país, então, sabia da responsabilidade e cuidado que teria que ter na construção da personagem. Mas é um papel que não começava do zero na composição, porque é uma pessoa real. Tive um estudo de trejeitos, voz, sotaque... E isso não tinha tanta liberdade de criação. Mas eu li todas as matérias da época, vídeos da cobertura do caso, os autos do processo, que são eles que guiam o roteiro, fiz uma preparação incrível com a Larissa Bracher e com o diretor Maurício Eça, de pesquisar sentimentos que eu, Carla, nunca tinha experimentado. Teve workshop com a Ilana Casoy, que acompanhou o caso, e o Raphael Montes, que são os nossos autores. Foi um processo intenso, que eu mergulhei nele.
São, são duas personagens diferentes. Para mim, como atriz, ainda tem uma terceira: a que está no julgamento, porque ele aconteceu anos depois do crime. Para fazer essa virada de chave, eu precisava estar muito concentrada, focada... Eu me preparava bem antes, estudei muito o texto, e ali no set eu estava atenta a cada detalhe. E são os detalhes que fazem a diferença, eu acho. Gravávamos uma cena e, em seguida, com outro registro. Foram 33 dias para filmar os dois longas-metragens. Nesse período, eu estive totalmente imersa no projeto, minha vida era o set.
Não, eu não recebi. Meus seguidores são muito legais. Mesmo! Eles se mobilizam, criam mutirões... Eles me levantam. O que aconteceu, na época do anúncio, é que algumas pessoas não entenderam o que era. Eu faço questão de frisar: os envolvidos não têm nenhuma ligação com os filmes. Eles não recebem nada. E os filmes foram feitos com verba privada. Acho que agora o público entendeu mais isso. E existe também ainda a questão cultural, porque o 'true crime' ainda não é um gênero muito difundido no Brasil.
Não, eu fui ciente fazer os testes. Sabia o que era o projeto, o quão desafiador ele era. É um trabalho que toda a equipe teve muito cuidado e respeito em todo o processo. Não é uma história ficcional. É uma história sobre um crime real, que chocou as pessoas e ainda choca.
Não! O que eu fiz foi ficar mais reclusa, mais em casa durante todo o processo. Eu sou de São Paulo, onde filmamos. Moro no Rio há muitos anos, mas nunca nos desfizemos do nosso apartamento em São Paulo. Terminava de filmar, eu ia para casa, ficava no meu canto... Essa foi a forma de me preservar e manter o meu eixo, meu equilíbrio. Precisava disso para estar inteira no set.
Não! O filme é todo baseado nos autos dos processos, tudo o que foi falado no julgamento. Mas a história é sobre réus confessos e condenados. Os filmes mostram as versões ditas no tribunal, mas a verdade mesmo somente eles sabem. Nos filmes, o público pode ver que são duas versões bem diferentes.
Li muitas matérias, revi muitas reportagens... Mas eu estudei muito os autos do processo, o roteiro... Eles foram fundamentais no meu processo, além de todas as outras coisas que falei acima.
Acho que as pessoas entenderam que os envolvidos não tinham ligação com os filmes. E que não ganhariam nenhum dinheiro com os projetos. Acho que esses pontos foram explicados. E também o entendimento sobre o gênero 'true crime'. No exterior, temos muitos filmes e nós, brasileiros, consumimos. Para mim o público teve esse entendimento. E acho também que, com a pandemia, estamos ávidos por produções inéditas, por produções novas.
Não, mas, desde o início do projeto, a produção deixou claro que eles não tinham a intenção de ter nenhum contato. E assim foi. Não tivemos.
É uma ré confessa e que está cumprindo pena.
Pergunta difícil, porque eu acredito que somente um especialista mesmo pode dizer. Se eu falar algo, vai mais para o achismo do que algo concreto. E, de verdade, que cada caso é um caso. E eles precisam ser avaliados por um especialista, que pode dizer se essa pessoa pode ser reinserida à sociedade ou não.
Eu não sei mesmo. E acredito que nunca saberemos.
Não! Eu fui fazer teste para o papel. A produção estava há um ano atrás de uma atriz. Eu fui chamada para fazer o teste e tive três dias para me preparar. Eu sabia o que era o papel e o projeto. Um dia após o teste, o diretor e produtor me ligaram para falar que o papel era meu.
Eu tive acesso aos autos do processo. E são duas versões bem distintas. Os filmes mostram isso. Não tenho como opinar. O fato é: todos estavam envolvidos. Agora como foi, somente eles sabem.
Não vejo dessa forma. Os nossos filmes não vão por esse caminho mesmo. Eles retratam um crime bárbaro, baseado nos autos do processo... Todas as falas das sequências dos julgamentos são idênticas às que foram ditas. Aliás, essas foram as cenas mais difíceis, porque todos no set ficaram emocionados. É duro saber que tudo aquilo aconteceu... Não vejo nada de pop no que é apresentado ali.
Não, não vejo motivo para isso.
Não! Eu já gastei a minha cota de reality show. Foi uma experiência muito intensa, eu vivi cada momento ali intensamente... Mas depois de vivenciar o que é um reality, não me vejo fazendo outro.
Não! Não recebi nenhum outro convite para reality. E acho que nem adianta me procurar (risos). Eu sou apaixonada pelo meu ofício, que é ser atriz, e quero trabalhar. Tenho muitos projetos em desenvolvimento, convites para filmes... É a isso que eu quero me dedicar.
Sim, eu estou!
Eles são demais! Eu tenho muito carinho pelos meus fãs! Tenho diversos fandons, que são atuantes, me enchem de carinho e eu amo todos! Eu digo que todos eles fazem parte do meu borboletário, que é gigante, incrível e muito amado por mim! Tenho que agradecê-los por todo suporte, motivação e respeito!
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