Por O Dia
Já pararam para pensar que nenhum de nós pode viver sem amor? E uma terrível escravidão na qual podemos cair é considerar que o amor deve ser merecido. Talvez uma boa parte da angústia do homem contemporâneo deriva disto: acreditar que se não formos bem-sucedidos, atraentes e bonitos, então ninguém nos amará.
Muitas pessoas hoje só procuram a visibilidade para preencher o vazio interior, como se fossemos pessoas eternamente necessitadas de confirmações. Vemos isso o tempo todo nas mídias sociais. Percebemos que cada vez mais estamos inseridos em um mundo no qual todos mendigam motivos para chamar a atenção dos outros e, ao contrário, ninguém está disposto amar gratuitamente outra pessoa.
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Temos que ter sempre em mente que o primeiro passo que Deus dá na nossa direção é de um amor antecipado e incondicional. Deus ama primeiro. Deus não nos ama porque em nós existe um motivo que suscita amor. Deus nos ama porque Ele próprio é amor e, por sua natureza, o amor tende a se difundir.
Quem de nós ama desta maneira, exceto quem é pai ou mãe? Uma mãe continua a amar o seu filho até quando ele comete os piores erros. Só este amor de mãe e de pai nos leva a compreender como é o amor de Deus. Uma mãe não pede o cancelamento da justiça humana, porque cada erro exige uma redenção, mas uma mãe nunca deixa de sofrer pelo próprio filho. Ela o ama até quando é pecador. Deus faz o mesmo conosco: somos todos os seus filhos amados, sem distinção!
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Desse amor de Deus por nós deve nascer o dom da esperança. A esperança de Deus Pai que nos ama assim como somos: nos ama sempre e a todos.
Padre Omar é reitor do Santuário do Cristo Redentor do Corcovado