Os pobres não são pessoas externas à comunidade, mas irmãos e irmãs cujo sofrimento se partilha a fim de lhes devolver a dignidade perdida e garantir a necessária inclusão social
A Igreja celebra hoje o Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco para despertar a nossa participação ainda maior entre os mais necessitados. Toda a obra de Jesus afirma que a pobreza não é fruto de uma fatalidade, mas sinal concreto da sua presença em nosso meio.
Os pobres de qualquer condição nos evangelizam, porque permitem descobrir de modo sempre novo os traços mais genuínos do rosto do Pai. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só apoiar a causa, mas também ser seus amigos, escutá-los, compreendê-los e acolher a misteriosa sabedoria que Deus quer nos comunicar através deles.
O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações assistencialistas; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro. Os pobres não são pessoas externas à comunidade, mas irmãos e irmãs cujo sofrimento se partilha a fim de lhes devolver a dignidade perdida e garantir a necessária inclusão social.
O Papa Francisco destacou em sua mensagem para este dia que um gesto de beneficência pressupõe um benfeitor e um beneficiado, enquanto a partilha gera fraternidade. A esmola é ocasional, ao passo que a partilha é duradoura.
Portanto é necessário dar vida a processos de desenvolvimento onde se valorize mas capacidades de todos, para que a complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um recurso comum de participação. Há muitas pobrezas dos ricos que poderiam ser curadas pela riqueza dos pobres.
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