Quaresma nos convida à conversão, a mudar a mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no partilhar
Estamos vivendo o início da Quaresma, tempo de penitência e de renovação interior, em que nos preparamos para a Páscoa. Recordamos os 40 dias que Jesus passou no deserto, sendo tentado por Satanás e somos convidados a vencermos as tentações do mal no dia a dia, assim como Jesus conseguiu vencer.
Todo ano a Quaresma vem nos recordar que o bem, como, aliás, o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam de uma vez por todas; são conquistados a cada dia. E, nessa caminhada de conversão, o Senhor também nos pede um sacrifício especial: o jejum, pois ele fortifica o espírito e eleva a alma a Deus. Jejuar é saber renunciar às coisas vãs, ao supérfluo, para podermos nos concentrar no essencial.
Muitas vezes, na nossa vida, prevalece a ganância e a soberba, o anseio de possuir, acumular e consumir. A Quaresma nos convida à conversão, a mudar a mentalidade, de tal modo que a vida encontre a sua verdade e beleza menos no possuir do que no doar, menos no acumular do que no partilhar.
Que o jejum corporal nos ajude a fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado. Não podemos nos cansar de pedir perdão no sacramento da penitência e reconciliação, sabendo que Deus nunca se cansa de nos perdoar. Não podemos nos cansar de fazer o bem, através da caridade para com o próximo, pois Deus é providente e não nos deixa nada faltar.
A Quaresma é tempo propício para procurar, e não evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção; para visitar, e não abandonar, quem sofre com a solidão. Que consigamos acolher o apelo a praticar o bem para com todos, reservando tempo para amar os mais precisam.
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