O papel do Espírito Santo na Sagrada Escritura é fundamental. Sem a sua ação, estaria sempre iminente o risco de ficarmos fechados apenas no texto escrito, facilitando uma interpretação fundamentalista
Hoje, somos convidados a celebrar de forma efusiva a Palavra de Deus, conforme nos recomendou o Papa Francisco, quando instituiu por toda a Igreja o Domingo da Palavra de Deus. Sabemos que a Bíblia não pode ser patrimônio só de alguns e, menos ainda, uma coletânea de livros para poucos privilegiados. Pertence, antes de mais nada, ao povo convocado para a escutar e se reconhecer nesta Palavra.
A Bíblia não é um livro de história nem de crônicas, mas está orientada completamente para a nossa salvação. Para alcançar esta finalidade salvífica, a Sagrada Escritura, sob a ação do Espírito Santo, transforma em Palavra de Deus a palavra dos homens escrita à maneira humana.
O papel do Espírito Santo na Sagrada Escritura é fundamental. Sem a sua ação, estaria sempre iminente o risco de ficarmos fechados apenas no texto escrito, facilitando uma interpretação fundamentalista. O Espírito Santo transforma a Sagrada Escritura em Palavra viva de Deus, e quando é lida com o mesmo Espírito com que foi escrita, permanece sempre nova.
Certa vez, o Papa Francisco questionou o que aconteceria se nós déssemos a mesma importância à Bíblia que damos aos nossos telefones celulares. Se a deixássemos sempre conosco, levássemos para todos os lugares, se voltássemos atrás sempre quando a esquecemos. Obviamente a comparação é paradoxal, mas nos faz refletir.
Com efeito, se tivéssemos sempre a Palavra de Deus no coração, nenhuma tentação poderia nos afastar Dele e nenhum obstáculo nos poderia fazer desviar do caminho do bem. Que este domingo da Palavra de Deus faça crescer em nós uma familiaridade com a Sagrada Escritura.
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