Neste segundo Domingo da Quaresma, a Liturgia nos faz contemplar o evento da Transfiguração, no qual Jesus concede que os discípulos Pedro, Tiago e João sintam a glória da Ressurreição. Habituados a verem Jesus na simples aparência da sua humanidade, diante daquele novo esplendor, que envolve também toda a sua pessoa, ficam surpreendidos.
A Transfiguração acontece em um momento específico da missão de Cristo, ou seja, depois que Ele confidenciou aos discípulos que devia sofrer muito, ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar. Jesus sabe que eles não aceitam esta realidade, mas quer que todos saibam que ninguém alcança a vida eterna, a não ser seguindo Jesus, carregando a própria cruz na vida terrena.
Cada um de nós tem a sua cruz. A Transfiguração de Cristo nos indica a perspectiva cristã do sofrimento e revela que ele é uma passagem necessária, mas transitória. O ponto de chegada para o qual somos chamados é luminoso como o rosto de Cristo transfigurado.
Por isso, nesta Quaresma, somos chamados a subir ao monte com Jesus através da oração, a prece silenciosa, a oração do coração. Permaneçamos alguns momentos em recolhimento, fixemos o olhar interior na sua face e deixemos que a sua luz nos invada e se irradie na nossa vida.
A oração em Cristo e no Espírito Santo transforma a pessoa e pode iluminar os outros ao redor. Quantas vezes encontramos pessoas que iluminam, que emanam luz dos olhos, que têm um olhar luminoso! Rezam, e a oração faz isto: nos torna resplandecentes com a luz do Espírito Santo!
Sigamos com alegria o nosso itinerário quaresmal. Vamos orar cada vez mais para permanecermos com Jesus até quando não o entendemos nem o compreendemos. Somente permanecendo com Ele veremos a sua glória.
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