Luarlindo Ernesto
Luarlindo ErnestoGilvan de Souza / Agencia O Dia
Por Luarlindo Ernesto
Em meio a tiroteios e confinamento sanitário, nesta cidade que foi maravilhosa e capital da República, vou vivendo ao Deus dará. Nem sogra eu tenho para poder implicar com ela. Ou vice versa. Bem, cunhado, tenho. Mas, estava alimentando as rolinhas quando o noticiário me tirou do marasmo. Confronto armado na favela do Jacarezinho. Trens e metrô não circulam naquelas bandas logo às 6 horas da matina. Horário que já foi exclusivo de proletários, operários, professorinhas e, claro, jornalistas, além dos policiais.
Época dos meus cabelos pretos, longos, e que não era roubado nas ruas. Ou nos bondes e trens. Agora, não tem horário de descanso para bandidos. Nem pra nós. Eles, os bandidos, ocupam todas as 24 horas. Mas, as rolinhas vão me esperar. Deixei o saco de milho picado, aberto, para o self-service, e corri para a frente da TV. Ih, pelo visto não haverá vacina no Jacarezinho. Enquanto falta imunizante no país, vou me lambuzando de álcool, apesar do conselho do doutor Adolfo Silvestre: fica longe do álcool e do cigarro. Usa máscara !"Difícil beber com máscara".

Nem acabou o tiroteio e já tem a CPI da Cloroquina. Enquanto isso, alguém ateou fogo na mata na Serra dos Pretos Forros, bem ao lado da Água Mineral Santa Cruz, em frente à Praça do Pedágio na Linha Amarela. Caramba, tiroteio na porta do Hospital Mario Kroeff. Paciente baleado no confronto armado. São Gonçalo não poderia ficar ausente da violência: homem morre e balas perdidas atingem idosa e dois adolescentes. Pô, já não basta o vírus ? Céus, o dia não acabou, nem está na metade. Vai faltar espaço nos jornais.
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A briga do presidente com a ilha de Formosa (para não dizer China Continental), não para. Nem com os governadores e prefeitos. Caramba, vou tentar fazer um cruzeiro até a Terra do Fogo. Afinal, nunca soube de tiroteios por lá e, pelo menos, o clima é mais fresco. Ou vou à Disney... Esqueci das rolinhas. Tem os bentevis, também. Descobri que eles adoram a ração dos gatos. São malandrinhos para sobreviverem em época de desmatamentos e queimadas. As ararinhas se viram nas frutas. Esqueci dos sanhaços: preferem os figos. Na falta, vão na acerola ou mamão.
Malandro é malandro. O pica-pau, se vira nos troncos. E eu ? Vou ao mercado, procurar promoções. Fico no carro, olhando os cartazes com as ofertas. Tomo nota, volto para casa e me fixo no zap. Delivery é a solução. Felizes são os pássaros, com a liberdade e os quintais dos subúrbios com as frutíferas para se alimentarem.
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Céus, no Mali, mulher deu à luz a nônuplos. Mais nove bocas para alimentar. A mulher foi levada para parir no Marrocos, país mais moderno. O netinho do meu vizinho do Sudeste, tocou o sino daqui, na porteira. Quer ver os pássaros. Ele descobriu, aqui em casa, de onde vem o leite, de onde vem a banana, a uva... Passei um filme para o menino ver a vida na roça. Ele quase não acreditou. O garotinho calendário está indo à escola, livre para andar na rua pela mão da avó, longe dos tiros e dos roubos.
Caramba ! Horário dos noticiários ! CPI, tiroteios, mortes, roubos, torturas e mortes de crianças, Painel da covid-19. Que rotina...Ah, prefeitura divulga novo calendário com agentes de segurança e, logo o STF diz que não pode. Cadê as vacinas ?

Quase esqueci da quebra das patentes dos imunizantes. Vale ou não? Outra discussão. O Brasil está, como sempre, na intermediária. Biden já disse que é a favor. Mas, cadê as nossas vacinas? Um dia a Justiça libera as praias proibidas. No outro, tudo fechado. Mas, cadê as vacinas? Atenção no oxigênio... Claro, desmataram a Amazônia. Vizinho de bombordo me disse que falta oxigênio porque desmataram a mata virgem. Tô ficando louco.
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Melhor assistir desenhos animados enquanto discutem o voto escrito no papel ou nas máquinas. Pix? Caramba, o gmail, o gato, pegou um pombo. Cheia dos rios no Amazonas. Socorro !