Mais velho dois anos, enxerga mais que coruja. Ele, sem máscara, com cabelos grisalhos - sempre usou um produto para escurecer os fios - foi logo me convidando para uma partida de Batalha Naval. Caramba,
lá se vão mais de quarenta anos que não escutava falar nesse joguinho. O cara é mesmo diferente.Ele nem perguntou sobre minha saúde, a pandemia, e outras pragas. Abriu uma pequena pasta e tirou o bloquinho
dos impressos do jogo. Céus, não existe mais para vender nas papelarias !
- Guardei um considerável estoque desses bloquinhos. - confessou. E foi me puxando para um barzinho, em rua perpendicular à Rua Dias da Cruz. Me convidou a sentar e fez o pedido ao garçom:
- Um litro de leite e dois copos, bem limpos.
Zezinho, entusiasmado, armou o joguinho na mesa e foi explicando: -Tem muito tempo que procuro amigo para jogar. Quando encontro, o cara não entende as regras e cai fora, me deixando frustrado.
chegou no bar, deu um alô e pediu água mineral. Ficou bisbilhotando o que eu e Zezinho fazíamos. Logo sacou o celular e passou mensagem, com imagens. Mais uma vez, notícia falsa: - tô vendo Luar e Zezinho
Tesoura escrevendo jogo do bicho em um bar no Méier!
O Nelson foi em frente, inventando até os números que eu estaria apostando. Não demonstrei ter recebido a falsa informação. E Zezinho continuou o jogo. Disfarcei e peguei meu celular escondido no envelope
do laboratório que trazia resultados de meus exames. Digitei uma falsa mensagem, no privado, para o Fernando Martelo: - me falaram que tem princípio de incêndio perto da casa, ou na casa do Nelson Ditadura. Você sabe disso? Será que é verdade? Fake News?
seguida, começou a enviar mensagens para todos, pedindo informações e confirmação da notícia do fogo. Claro, a notícia não foi confirmada.
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