O presidente nacional do Cidadania, Roberto FreireJosé Cruz/Agência Brasil

Depois de uma disputa apertada na última terça-feira (15), em que a decisão por formar uma federação pelos próximos anos foi aprovada por 66 votos favoráveis e 44 contrários, a Executiva Nacional do Cidadania voltou a se reunir neste sábado (19), e bateu o martelo favoravelmente a uma parceria com o PSDB.
Havia duas opções na mesa: os tucanos e os herdeiros do brizolismo. Mas o partido de João Doria acabou levando a melhor, com 56 votos versus 47 em favor do PDT. Sete integrantes se abstiveram.
O ex-deputado Comte Bittencourt, presidente estadual do partido, prefere não se manifestar sobre a decisão, dizendo apenas que irá "seguir construindo o Cidadania no Rio". Na reunião do começo da semana, os colegas fluminenses foram unânimes no posicionamento contrário a qualquer tipo de federação.
A aliança em construção em Brasília vai encontrar diversos obstáculos aqui no Rio: o secretário do PSDB estadual, Max Lemos, chefia a pasta de Infraestrutura do Cláudio Castro — filiado ao mesmo PL do presidente Jair Bolsonaro. Vale lembrar também que a legenda de Roberto Freire esteve em coligações recentes com adversários do governador: em 2016, Comte se elegeu vice-prefeito de Niterói ao lado de Rodrigo Neves (PDT), e, em 2018, foi o vice na chapa derrotada de Eduardo Paes (PSD) ao Palácio Guanabara.
Quem fica em situação um tanto incômoda são o deputado Luiz Paulo e a vereadora Teresa Bergher: depois de anos e anos, os dois bateram asas do ninho tucano justamente por discordar dos rumos que o partido tomou após a ascensão de João Doria, e pousaram... no Cidadania.