O clima pegou fogo nesta quinta-feira (24), na votação do projeto que concederia o título de cidadã honorária do Rio de Janeiro à ministra da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Ao ser chamado para dar o parecer pela Comissão de Educação, Célio Lupparelli foi contrário, mandando a proposta para o arquivo — sem chance de votação em plenário.
“Não é nada pessoal, mas achamos que a ministra, pela sua conduta, lesiva aos direitos humanos – como no caso do assassinato do Moise, quando ela não se pronunciou – não preenche os requisitos para receber o título”, disse Célio Lupareli.
Márcio Santos, também membro da Comissão, chegou a ensaiar um mea culpa. Ao microfone, lamentou que a proposta fosse diretamente para o arquivo — ressaltando, no entanto, que teria votado contra.
“A ministra Damares foi vítima de uma das mais absurdas críticas e falta de bom senso da oposição”, disse o vereador Rogério Amorim.
Os espectadores da Rio TV Câmara não conseguiram ver a cara de desagrado do autor da proposta, Alexandre Isquierdo. Ele participou da sessão de forma remota — e sem abrir a câmera do celular.
De acordo com a Lei Orgânica do Município, um projeto vai diretamente para o arquivo se as comissões às quais é submetido emitem um parecer contrário. No caso da homenagem a Damares, a única convocada a se pronunciar foi a de Educação — e, assim, o projeto foi enterrado sem ao menos ser votado, mas com direito a muita confusão no Palácio Pedro Ernesto.
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