O arquiteto diz ainda que acaba de criar o novo Espaço Niemeyer, dentro do shopping Cittá América, na Barra da Tijuca. Segundo ele, o local terá três espaços: um pequeno museu permanente com trabalhos da arquitetura Niemeyer, que ficará aberto ao público; uma Escola Niemeyer, com propostas de encontros, debates e palestras, a partir de sua proximidade com o Oscar; e uma galeria para pequenas e médias exposições temporárias, aliados ao instituto Niemeyer, o qual preside e que vai formar grupos de pessoas e projetos sociais de importância e relevância na difusão da cultura e arte do Brasil e do exterior.
Para Sérgio Conde Caldas, sócio fundador do escritório SCC Arquitetura e da empresa Opy Soluções Urbanas, e diretor de planejamento da Concal Construtora, oportunidades e lições surgem com a crise do Covid-19. “Entre elas destaco a valorização das habitações, mesmo de forma ‘forçada’; a importância da percepção e a reflexão da arquitetura contemporânea, muito pouco consumida, além de um urbanismo consciente; a racionalidade na arquitetura; e a qualidade dos projetos que se reflete na urbe como um todo”, diz Caldas. O arquiteto lembra ainda que, com o novo vírus, o automóvel perdeu o protagonismo que tinha na vida moderna. “Hoje temos o compartilhamento ligado à vida prática, a facilidade de serviços, a densidade e a multiplicidade de usos. Outra tendência é a migração dos grandes centros para morar com mais qualidade e integrados à natureza”, observa.
Fernando Sergio, diretor da Santos Projetos, professor do Secovi Rio (Sindicato da Habitação) e mestrando em Engenharia Urbana pela Escola Politécnica da UFRJ, neste ano marcado pela pandemia do coronavírus ficou muito evidente que a contribuição do arquiteto não se limita às questões de estética ou eficiência da construção. “A arquitetura é uma grande aliada da saúde pública nos mais diversos sentidos. A forma, a rapidez e a facilidade com que o vírus se propaga entre os seres humanos põe em cheque uma tendência que vinha em alta de compactação e aglomeração nos ambientes residenciais e corporativos. A otimização dos espaços é importante sob vários aspectos, mas os riscos de contaminação forçam uma reflexão óbvia. O dito ‘novo normal’ ainda não tem forma, uma vez que a batalha contra o vírus não terminou e não tem prazo garantido para terminar, apesar de todos os esforços empreendidos por todos os países”, avalia.