Terreno de bairro planejado na Barra já foi palco para festival de músicaDivulgação

Em ritmo de Rock in Rio (RiR), que terminará neste domingo no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, a coluna traz uma curiosidade que tem a ver com o mercado imobiliário: você sabia que a primeira edição do RiR, em 1985, foi realizada onde hoje é o bairro planejado Ilha Pura?

Para Carlos Felipe de Carvalho, CEO da Carvalho Hosken, empresa desenvolvedora do bairro planejado, essa conexão é um privilégio para poucos. Ele ressalta que, assim como os organizadores do RiR anteciparam uma tendência, a empresa também seguiu esse caminho ao investir na Ilha Pura na década de 1990. “Sempre fomos um indutor do desenvolvimento da Barra e os bairros planejados são a prova disso”, diz Carlos Felipe.

O executivo lembra que muitas transformações aconteceram na região ao longo dos anos, o que a tornaram uma das mais valorizadas para morar. Para se ter ideia, de acordo com o estudo Cenário Imobiliário da Barra da Tijuca 2022, feito pelo Secovi Rio (Sindicato da Habitação), a Rua Rodrigo de Melo Franco (escritor), um dos acessos da Ilha Pura, foi a que registrou o maior número de transações residenciais no primeiro semestre com 168 unidades comercializadas de janeiro a junho.

Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, complementa que a Barra vem se transformando ainda mais no pós-pandemia. "Vale lembrar que o bairro foi o que mais recebeu migração de outras regiões da cidade durante a crise da Covid-19 justamente porque as famílias ficaram mais em casa, trabalhando de home office, e as crianças em aula online. A necessidade de mais qualidade de vida e de mais espaço fez com que essas pessoas readequassem seus orçamentos para trocar de imóvel. E a Barra foi muito contemplada", afirma Schneider.

Taxa condominial mais em conta

O custo da cota condominial é um dos que mais pesa no orçamento. Segundo levantamento da administradora Estasa, o valor ficou ainda mais alto nos últimos 12 meses. A média de aumento entre os condomínios analisados foi de 9% em junho deste ano, em comparação ao mesmo mês de 2021. Já na Barra da Tijuca, o reajuste foi de 6,6%, ou seja, abaixo da média. De acordo com o estudo, Lagoa e Ipanema foram os bairros com os maiores reajustes da cota condominial: 27,2% e 17,9%, respectivamente. E o Centro da cidade teve o menor aumento no mesmo período, 3,4%.

“Nossa hipótese é que, por conta da pandemia, muitos condomínios ficaram sem reajuste, porque as pessoas não fizeram assembleia e os custos estavam reduzidos. Não tiveram obras e muitos funcionários ficaram afastados. Mas, quando tudo voltou, a inflação trouxe um aumento forte de despesas. E isso vem justamente em um momento econômico já bem difícil”, analisa Luiz Barreto, coordenador do estudo, presidente da Estasa e diretor da Abadi (Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis). Barreto lembra que a folha de pagamento representa o maior gasto do condomínio, com cerca de 70% da despesa total.