No Dia da Criança, a coluna traz orientações para síndicos e responsáveis com relação às áreas de lazer dos condomínios. Afinal, estes espaços são cada vez mais utilizados pelos pequenos e precisam de cuidados permanentes para evitar acidentes. De acordo com Fernando Santos, arquiteto e diretor da Santos Projetos, nos ambientes projetados para crianças de qualquer idade, deve-se ter muito cuidado com janelas e peitoris. “No caso dos condomínios, vale investir na instalação de grades ou redes de proteção. Caso não seja possível, evite colocar mobiliários próximos às janelas e peitoris, como bancos, cadeiras e pufes, que são fáceis de escalar. O mesmo vale para os brinquedos que não devem ficar perto de janelas. Tomadas também precisam de atenção, principalmente as que ficam em alturas baixas. Todas devem receber aquela tampinha de proteção típica para evitar contatos inesperados”, ressalta Santos.
De acordo com ele, gangorra, escorrega e balanço precisam ser inspecionados, no mínimo, uma vez por ano. Se apresentarem pontos de oxidação, devem ser tratados imediatamente. “Esses grandes brinquedos, em sua maioria, são construídos com estrutura metálica e ficam expostos ao tempo. Se não forem inspecionados regularmente e mantidos adequadamente, podem sofrer com a oxidação, especialmente nos pontos de fixação no chão e nas partes mais altas, que recebem mais sol e chuva. Assim, além dos acidentes estruturais, a criança ainda pode acabar se cortando nas partes enferrujadas, ficando exposta ao tétano e a outras doenças”, explica o arquiteto.
Já os brinquedos de plástico, em comparação com os brinquedos metálicos e de PET, têm durabilidade menor, ainda mais se expostos ao sol e à chuva diretamente por muitas horas. “Os raios ultravioleta deterioram o plástico, que resseca e se torna quebradiço com o tempo, fragilizando o aspecto estrutural do equipamento. Além disso, ao aparecerem pequenas fissuras, o brinquedo exposto às chuvas pode acabar tendo sua estrutura preenchida com água, que acumula sujeiras e pode se tornar criadouro de vetores de doenças das mais variadas. Essas fissuras, com o uso continuado, tendem a aumentar e, dependendo da sua localização, podem provocar cortes nas crianças da mesma forma que os brinquedos de ferro”, alerta o especialista.
Para que a brincadeira seja segura, Santos recomenda ainda que síndicos e moradores estejam sempre de olho em alguns detalhes como a fixação dos brinquedos no chão e se não há pontos de ferrugem avançados em outras partes, em especial nos pontos onde as crianças seguram e sentam. “Nos escorregas, vale observar a prancha e as laterais onde correm as mãos dos pequenos. Já nos balanços, atentar para as correntes que seguram os assentos e o estado geral do eixo superior. E no caso das gangorras, observar a alça e o eixo do brinquedo. Hoje em dia, há muitos modelos feitos de PET reciclado, que não enferrujam, mas a fixação das peças e do brinquedo no chão ainda é feita por parafusos metálicos, que precisam ser inspecionados e mantidos em boas condições”, observa o arquiteto.
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