No Rio, cerca de 60% das buscas no primeiro semestre foram por apartamentosFreepik

 Os imóveis no Rio de Janeiro estão cada vez mais valorizados. Prova disso é que a capital é a sexta mais cara para comprar uma propriedade entre as principais cidades da América Latina. É o que aponta estudo do QuintoAndar com dados de 12 das cidades mais populosas da região. E para alugar, o Rio aparece na 9ª posição.

No caso da compra, o preço do metro quadrado (m²) na capital foi de US$ 1.784 (cerca de R$ 9.301,41) nos últimos 12 meses, encerrados em julho. Já o valor médio para aluguel foi de US 5,1 (R$ 27,60) por m² no período de referência. De acordo com a pesquisa, o Brasil aparece com apenas uma cidade entre as cinco mais caras para comprar e só com uma também entre as cinco com o aluguel mais alto. Brasília tem o 5º maior custo para compra, enquanto São Paulo tem o 4º maior para locação. Já Buenos Aires é a capital mais cara para alugar e vender um imóvel entre as analisadas.

"Durante a pandemia, houve uma curiosa combinação de fatores que se traduziu num pequeno boom imobiliário. E é possível perceber que o mercado na América Latina está hoje, em boa parte, aquecido. A Argentina é uma exceção: Buenos Aires vive um cenário de muita oferta e pouca procura. Ainda assim, com a inflação em alta, os preços de imóveis na capital são comparativamente maiores que os de outras cidades da região", analisa Vinicius Oike, economista da plataforma.

Comprometimento de renda

A pesquisa revela ainda uma situação menos crítica no Rio no que diz respeito ao comprometimento da renda com o aluguel, na comparação com as outras cidades. A cidade é uma das únicas três com percentual de gasto com aluguel inferior a 30%, considerado o limite recomendado por especialistas.

Entretanto, para a compra de imóveis, o índice de acessibilidade financeira é considerado "alarmante", ou seja, quando o indicador que revela quantos anos de renda uma família precisa comprometer para comprar um imóvel é superior a 7-10 anos. "Estes valores para compra nas cidades analisadas são bastante similares e também indicam uma baixa acessibilidade financeira. Já os do aluguel apontam para um mercado formal descolado da renda familiar média", ressalta Oike.

Demanda por apartamentos segue em alta

Outro recorte do estudo afirma que, em 11 das 12 cidades analisadas, a procura por apartamentos supera as buscas por casas. No Rio, cerca de 60% das buscas no primeiro semestre foram por apartamentos. Entre as cidades brasileiras analisadas, a maior diferença foi identificada em Brasília. Na capital do país, em média, 69% das buscas no primeiro semestre deste ano foram por apartamentos, enquanto somente 31% foram por casas.

A preferência na Cidade Maravilhosa é por imóveis próximos ao metrô, principal filtro utilizado, segundo a pesquisa. Na sequência aparecem churrasqueira, campo de futebol, elevador e área verde. O campo "frente ao mar" também é um dos mais selecionados nas buscas na cidade.