O encontro foi na comunidade, nesta quarta-feira (16), contou com MPF, MNU, Acquilerj e ConaqDivulgação

AUDIÊNCIA PÚBLICA EM BOTAFOGO

O Ministério Público Federal, OAB Cabo Frio, Movimento Negro Unificado, Conaq (Coordenação Nacional das Comunidades Negras e Rurais Quilombolas) e Acquilerj (Associação das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro) participaram de uma audiência pública nesta quarta-feira (16), na comunidade quilombola em Botafogo, zona rural da cidade. O local foi palco do episódio recente e lamentável de demonstração de truculência policial, ocorrido no último dia 10, quando os moradores fizeram um protesto por melhorias na principal estrada de acesso ao bairro. E para chamar atenção, fecharam a Amaral Peixoto, RJ-106. Um dos trabalhadores rurais que participava do ato, foi agredido por policiais militares depois defender duas mulheres, durante o protesto, após a PM jogar spray de pimenta no rosto delas para forçar a liberação da pista.
na semana passada, um protesto resultou na agressão a um agricultor que mora na localidade  - Divulgação
na semana passada, um protesto resultou na agressão a um agricultor que mora na localidade Divulgação


APOIO DE AUTORIDADES? E A PREFEITURA?
Além da violência, outro assunto debatido foi regularização fundiária. Segundo uma das lideranças locais, Rafaela Oliveira, conhecida como Rafa Quilombola, a audiência serviu para mostrar o quanto a comunidade remanescente de quilombo é organizada e está recebendo apoio do MPF, MNU e OAB. O procurador da República, Leandro Mitidieri participou e disse que o MPF acompanha ocorrido, entretanto, destacou que como não foi crime federal, quem está de olho, mais de perto na questão, é o Ministério Público Estadual. Rafa não escondeu a satisfação de ver os procuradores presentes na comunidade participando do encontro. “Isso mostra que a população quilombola pode contar com essas autoridades, que há órgãos parceiros para nos ajudar. Muito feliz com essa parceria, principalmente em prol do respeito a nós quilombolas e melhoria para a população”, desabafou. Apesar do contentamento dos moradores, ficou latente a ausência de representantes da prefeitura de Cabo Frio. Cabe salientar que o município tem secretaria de Direitos Humanos e adjunta de Promoção da Igualdade Racial. Uma falha gritante.