Deputada Renata Souza (PSOL) recebeu em seu gabinete, na Alerj, as vítimas Graciane Henrique Vieira Mattos e Samira da Conceição SilvaDivulgação

COMBATE À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA

A deputada estadual Renata Souza (PSOL), conhecida por ser combativa a qualquer tipo de intolerância e violência contra a mulher, recebeu em seu gabinete, no início deste mês, Graciane Henrique Vieira Mattos, 32 anos, e Samira da Conceição Silva, 27 anos, vítimas de violência obstétrica no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Três Rios, resultando no óbito de dois nascituros. As duas também apontam negligência no atendimento, visto que houve prolongados procedimentos de espera, culpabilização das vítimas, e a causa do óbito dos bebês, foi dada como indeterminada. Renata encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Saúde e ao hospital, sendo que este último, respondeu lamentando o fato e explicando que não houve negligência e que todos os procedimentos adotados foram ao encontro dos protocolos e que a unidade "repudia qualquer ato de violência e não admite a prática de quaisquer atos que afrontem à vida e a dignidade da pessoa humana". Mas não vai parar por aí, a deputada já bateu o pé e quer saber exatamente quais foram as causas das mortes desses bebês. "Estamos recolhendo as denúncias para encaminhá-las ao Ministério Público", disse ela à coluna. É aguardar pra ver. Mas com a experiência que a parlamentar tem na pauta, certamente a situação não vai "passar batido."
Deputada entregando relatório da CPI de Cabo Frio, há um ano, para o prefeito Bonifácio - Renata Cristiane
Deputada entregando relatório da CPI de Cabo Frio, há um ano, para o prefeito BonifácioRenata Cristiane


CPI DO HOSPITAL DA MULHER

Esta não é a primeira (e certamente não será a última) vez que Renata toma a frente de situações de violência obstétrica. Em 2020, ela presidiu a CPI do Hospital da Mulher de Cabo Frio onde, no anterior, entre janeiro e maio foram 20 mortes de nascituros e recém-nascidos. Há cerca de um ano, ela entregou o extenso relatório nas mãos do prefeito José Bonifácio (PDT), onde foram apontadas várias irregularidades, como falta de insumos, medicamentos, médicos, enfermeiros e equipamentos de necessidade básica. Ao todo, foram feitas 138 recomendações com relação à unidade para órgãos municipais, estaduais e federais. O relatório foi aprovado por unanimidade entre os deputados e propôs ainda 11 projetos de lei, entre eles a criação de uma política de combate à violência obstétrica, além de uma ouvidoria funcionando dentro da unidade, ampliação de leitos e do número de profissionais de saúde no atendimento aos pacientes.