Já faz alguns anos que sou comentarista de rádio em um jornal de Santos, cidade onde nasci e cresci. Toda semana procuro levar informações, dicas culturais, curiosidades históricas e comentários sobre política local, nacional e global. Na edição desta segunda- feira, apareceu uma questão que resolvi trazer para cá: até que ponto o chefe de Estado é capaz de influenciar moralmente o seu povo?
A pergunta pode ser geral, até filosófica, mas nasce de um contexto específico e bem concreto: o aumento da violência. O litoral paulista passa por um momento de sucessivos arrastões, furtos e roubos. É natural que se procurem os culpados. Estará entre eles um presidente eleito que sente mais empatia pelos que cometem crimes do que pelos que sofrem?
A luta contra crimes violentos é competência sobretudo dos estados e suas polícias militares, mas há instrumentos federais poderosos dos quais resulta uma sensível melhoria nesse campo, como intervenções federais, empenho em transferir os líderes do crime organizado para presídios de segurança máxima, atenção especial às fronteiras etc. etc. etc. E dar o exemplo.
Bolsonaro pode ter defeitos, é verdade. Mas é pelas suas virtudes que ele é xingado e caluniado com sucesso. Quando deputado, defendeu castração química a estupradores e redução da maioridade penal para crimes hediondos. Na Presidência, conseguiu aumentar a pena dos homicidas para 40 anos, passou o fim das saidinhas na Câmara, reforçou o policiamento nas fronteiras e bateu recordes na apreensão de drogas. Além disso, o número anual de homicídios, que era epidêmico, caiu sensivelmente. Mais de 700 mil morreram de forma violenta no Brasil na época dos governos petistas, e o atual governo conseguiu, à exceção do atípico 2020, reduções sensíveis e constantes.
Entre os 22 compromissos eleitorais estava este: “Criar o Estatuto de Direitos das Vítimas, em contrapartida à crescente inversão de valores percebida nas últimas décadas, onde o bandido é a vítima e a polícia e os cidadãos são os vilões”. Ao mesmo tempo, circulavam as falas de Lula em que, esquecendo dos mortos, feridos e traumatizados, se compadecia dos assaltantes que, segundo ele, tomam celulares por não terem emprego.
Não faz diferença o fato de que um de seus vídeos tenha sido editado num ponto. Lula pode não ter dito que o jovem rouba celular para tomar cervejinha, mas disse o suficiente para desrespeitar as vítimas e os pobres, em sua maioria dignos e probos. Suas declarações, as reais e sem edição, só reforçam aquilo que ele representa: que o crime nunca compensou tanto. A corrupção foi premiada com mais um governo. Realmente. Um exemplo para a juventude.
Desde a década de 1990, Lula foi a assembleias da América Latina para firmar resoluções internacionais que o povo jamais avalizou, com participantes das FARC, do MIR e de partidos de esquerda que hoje sustentam ditaduras. Essa é a cara do crime no Brasil, e com posse ou sem posse, é o efeito Lula que a faz sorrir.
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