Carvalho e o governador Wilson Witzel vêm declarando que o pagamento do funcionalismo público será garantido. Mas o quadro das finanças fluminenses — agravado principalmente pelo acúmulo de dívidas — preocupa o chefe da Fazenda estadual.
"O problema é que nossas margens vão ficando cada vez mais apertadas. a gente está falando de um impacto a partir de setembro do ano que vem. Estamos discutindo algo com 12 meses de antecedência. Quanto mais pagarmos dívidas, menos margens teremos para outras obrigações, e o estado ainda não está equilibrado financeiramente, pelo contrário, está bem longe disso, de suportar a volta do pagamento do serviço da dívida com a União", declarou Carvalho.
Por isso, o secretário e o governo fluminense como um todo defendem o adiamento da retomada do pagamento do serviço da dívida com a União para 2023. O governador já apresentou, no fim de junho, a proposta ao ministro da Economia.
R$ 6 bilhões em 2020
Carvalho explicou que, em 2020, o valor que já deverá ser honrado com o Tesouro Nacional será em torno de R$ 6 bilhões. Desse total, o Executivo estadual negocia com o governo federal para que sejam pagos apenas R$ 3,9 bilhões — valor referente ao empréstimo de R$ 2,9 bilhões que o Estado do Rio contratou, em 2017, com as ações da Cedae como garantia.
"A estimativa é que em 2020 seja de R$ 6 bilhões, sendo que cerca de R$ 3,9 bilhões são relativos à (operação) Cedae. Esses serão pagos, a gente está negociando, Foi um empréstimo extremamente caro, feito lá atrás, que vence no ano que vem, em 3 anos, e que de R$ 2,9 bilhões deve representar 3,9 bilhões. E esses R$ 3,9 têm que ser pagos. Agora, os outros R$ 2 bilhões, aproximadamente, são referentes ao início do pagamento do serviço da dívida com a União. Esse valor que a gente pretende postergar, e aí, em 2021 esses valores são ainda maiores", explicou.