Antecipação de receita de royalties pela Prefeitura do Rio pode não sair do papel
Município busca receber antecipadamente arrecadação futura de royalties de petróleo para reforçar caixa previdenciário, mas vereadores questionaram a medida no TCM, alegando impacto para o pagamento de salários no futuro
Por O Dia
A tentativa da Prefeitura do Rio de fazer uma nova operação de antecipação de receitas futuras de royalties de petróleo pode não vingar. A medida tem como objetivo reforçar o caixa previdenciário. Mas os vereadores Átila Nunes (DEM) e Carlo Caiado (DEM) foram ao Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ) para pedir o veto à transação financeira. Eles entregaram uma representação, argumentando que a medida vai impactar as finanças municipais no futuro.
À coluna, Nunes alegou que, além da necessidade de estudo de impacto financeiro para os próximos anos, a Câmara autorizou recentemente a desvinculação de receitas de fundos “para os recursos serem usados para o combate à pandemia e manter a folha salarial em dia”. “E o que estamos vendo são gastos com reformas e obras”, afirmou o vereador, citando a proximidade com as eleições.
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“Precisamos garantir que não haja o comprometimento de receitas futuras para justamente manter as folhas futuras em dia”, disse Nunes.
Segundo ele, o caminho trilhado pelo governo é o mesmo percorrido pelo Estado do Rio nos últimos anos, quando o Rioprevidência fechou contratos de operação de antecipação de royalties, a exemplo da Operação Delaware, em 2014, realizada nos Estados Unidos.
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A coluna questionou a prefeitura se essa operação é tão essencial ao ponto de, sem ela, não haver recursos para o pagamento de aposentadorias e pensões este ano. A prefeitura não respondeu se a folha salarial da previdência está comprometida, e afirmou que a antecipação de receita faz parte das medidas para melhorar a posição financeira do Previ-Rio.
"O Previ-Rio informa que o Município do Rio e o Funprevi vêm verificando, ao longo dos anos, a necessidade de incrementar sua posição financeira, bem como a liquidez de seus ativos e, deste modo, estão sendo estabelecidos procedimentos para alcançar o objetivo, em consonância com a legislação em vigor, como determina o artigo 33, parágrafos sétimo e oitavo, e o artigo 33-A, parágrafo quarto, da lei 3.344/2001", declarou o governo Crivella, por nota.
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Indagada se a desvinculação de receitas dos fundos, aprovada pelo Legislativo, não foi suficiente para reforçar o caixa, o município respondeu que a medida "apenas autorizou a desvinculação de receitas instituídas por legislações municipais, tendo em vista a necessidade de maior autonomia do Poder Executivo municipal para manter os serviços essenciais à população. Contudo, as desvinculações propriamente ditas não foram efetivadas".