Professores da Prefeitura do Rio decidem pela greve contra volta das aulas presenciais
Categoria participou de assembleia virtual neste sábado. Secretaria garantiu que educadores serão imunizados com prioridade após idosos
Por PALOMA SAVEDRA
Depois dos professores estaduais decidirem pela paralisação contra o retorno das atividades presenciais nas escolas, os educadores da rede municipal de ensino do Rio também decretaram, em assembleia no sábado, pela deflagração de greve. A reunião virtual foi realizada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe).
Os profissionais também cobram da Prefeitura do Rio a prioridade dos servidores da Educação na vacinação. Eles querem a imunização completa da classe antes da volta presencial ao trabalho. A Secretaria Municipal de Educação informou, neste domingo, que o grupo terá prioridade após idosos e pessoas com comorbidades.
A categoria está disposta a levar o caso à Justiça: no sábado, o Sepe informou que recorrerá a esses meios para evitar a "reabertura das escolas durante a pandemia da covid-19". E que "ajuizará todas as ações cabíveis contra tais medidas que representarão um maior risco à vida" dos professores.
A entidade declarou ainda que decidir pelo retorno presencial quando há uma "segunda onda de pico de contágio e mortes", favorecerá "ainda mais a circulação e a aglomeração de pessoas propiciando o aumento do nível de contágio e de mortes".
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A Secretaria Municipal de Educação, no entanto, ressaltou que a decisão de reabrir as escolas tem como base a ciência. "O Comitê Especial de Enfrentamento da Covid-19, composto por diversos especialistas em Saúde, validou tanto o protocolo sanitário que será usado nas escolas municipais quanto a data do retorno presencial", disse a pasta.
Destacou ainda que os "membros do Comitê deixaram claro que não há evidências científicas que justifiquem, depois de quase um ano, continuar sem aulas presenciais". E que, na ocasião de piora da pandemia, as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a abrir.
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IMUNIZAÇÃO GARANTIDA
Sobre a reivindicação para que os profissionais da área tenham prioridade na vacinação, a secretaria informou que eles serão os primeiros a serem imunizados logo após os idosos e pessoas com comorbidades no Rio.
"Estamos em contato constante com nossos profissionais, seja através de visitas regionais ou reuniões com representações", acrescentou.
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A Secretaria Municipal de Educação afirmou ainda que, "quanto maior for o tempo de afastamento de uma criança da escola, maior é o risco para o seu desenvolvimento".
A pasta declarou que os efeitos para as crianças "são perversos na aprendizagem", além das consequências para a saúde mental e segurança alimentar dos estudantes. "Nada substitui a escola. Mais de 10 estados planejam retomar as aulas em fevereiro", frisou.
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Em relação aos educadores da rede estadual, o pleito é o mesmo. A Secretaria de Educação fluminense também já declarou que pretende incluir os profissionais no grupo prioritário, seguindo o calendário divulgado pelo estado.