Comissão especial da PEC 32 ouviu ontem especialistas no assuntoGustavo Sales/Câmara dos Deputados

A reforma administrativa prevista na PEC 32 — de autoria do governo federal — não melhora o serviço público, mas mira na avaliação individual de cada servidor. Esse é o entendimento de especialistas que foram ouvidos nesta quinta-feira em audiência da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta.
O fato de a reforma também ampliar as possibilidades de contratação de pessoas não concursadas para cargos de gestão no setor público foi outro ponto colocado pelos profissionais. Para eles, dessa forma, as metas a serem atingidas pelo funcionalismo poderão mudar aleatoriamente. 
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Presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo dos Tribunais de Contas do Brasil, Ismar Viana ressaltou ainda que com a livre indicação para cargos públicos, a PEC vai induzir à rotatividade na administração pública. 
"Ela (reforma) vai de alguma forma impulsionar também o amadorismo, o despreparo na prestação do serviço público. Isso na contramão daquilo que se quer hoje, que são decisões pautadas em dados e evidências. Como eu vou conseguir dados com agentes públicos sem qualificação alguma? Então, eu vou acabar impulsionando decisões aleatórias", analisa Viana. 
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Professor da Fundação Dom Cabral, Humberto Martins reforçou esse entendimento. Para o especialista, para que a gestão funcione, é imprescindível ter líderes comprometidos com o serviço público: "A PEC está muito focada em gestão de pessoas e o faz também de uma maneira razoavelmente reducionista. É preciso tratar a gestão de desempenho, que é mais ampla".
Também professora da Fundação Dom Cabral, Renata Vilhena pontuou, no entanto, que atualmente as avaliações não são consistentes. Para ela, a análise de desempenho de servidores públicos realizada hoje é "um processo burocrático no qual a maioria das pessoas recebe nota máxima": "Um processo que não mede se as pessoas realmente estão desempenhando bem as sua tarefas", opinou. 

Segundo o coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União, Fernando Freitas, a PEC 32 foca no ajuste fiscal, na possibilidade de demitir servidores e reduzir salários. 
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VOTAÇÃO PODE SER EM AGOSTO
Os trabalhos da comissão podem se encerrar já no próximo dia 19. Se esse cenário se confirmar, a votação da matéria pelo plenário da Câmara ocorrerá já em agosto, como vem sinalizando o presidente da Casa legislativa, Arthur Lira (PP-AL).
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No entanto, a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público solicitou formalmente ao deputado Fernando Monteiro (PP-PE), que preside o colegiado, mais debates. O bloco apontou a necessidade de discussão de pelo menos mais sete itens. 
Com Agência Câmara