Comunicativa e alegre, Rhayane Fenelon, de 13 anos, foi vista pela última vez no último domingo embarcando em um carro, em Campo Grande, na Zona Oeste
Comunicativa e alegre, Rhayane Fenelon, de 13 anos, foi vista pela última vez no último domingo embarcando em um carro, em Campo Grande, na Zona Oeste Arquivo Pessoal
Por Charles Rodrigues
Desde o último domingo, familiares e amigos realizam buscas para encontrar o paradeiro da adolescente Rhayanne Fenelon Melo da Silva, de 13 anos, que desapareceu após embarcar em um carro desconhecido, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.
Comunicativa e alegre, Rhayanne, segundo familiares, saiu de casa, por volta das 10h, quando a família se preparava para ir à igreja evangélica que congregam, a poucos metros da residência. A demora no retorno chamou a atenção de familiares e amigos.
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Desesperados, eles iniciaram as buscas, que também mobilizaram membros da igreja. Eles vasculharam diversos lugares da região, incluindo unidades de saúde e abrigos, mas sem sucesso. Rhayanne vestia short jeans e blusa branca. Ela não levou aparelho celular.
“Estamos ‘sem chão’. Minha neta é bonita, muito alegre e pode ter sido aliciada por alguém. Devido à pandemia, evitava deixar ela e as irmãs saírem sozinhas, pois estão acontecendo coisas estranhas. Mas, nunca imaginamos que acorrerá conosco. Peço ajuda a todos, por favor, nos ajudem a encontrá-la”, disse, emocionada, a avó Jane de Souza Fenelon, de 51 anos, que fez um apelo na Web (abaixo).
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Embarque em veículo desconhecido
Conforme testemunhas, a adolescente foi vista embarcando em um veículo, próximo a um posto de combustível. A informação, no entanto, está sendo investigada por policiais da 35ª DP (Campo Grande), que solicitarão imagens de câmeras do estabelecimento para auxiliar na elucidação do caso.
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“Ela não tinha o costume de falar com estranhos, muito menos de embarcar em carros de pessoas desconhecidas.  Vamos aguardar as investigações. É uma menina bonita e tememos que alguém possa ter feito alguma maldade com a minha menina. Peço por misericórdia, se alguém estiver com ela, por favor nos avise, ela é menor, isso está errado”, ressaltou a avó, que cuida de outras quatro netas.
Informações sobre o paradeiro da menina Rhayanne podem ser repassadas aos telefones 190 (PM), 2253-1177 (Disque-Denúncia) ou 2332-7670 (35ª DP- Campo Grande).
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Desaparecimentos de adolescentes têm maior número de registros, segundo Ministério Público
De acordo com dados do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o desaparecimentos de adolescentes, entre 12 a 17 anos, correspondem a cerca de 29% dos casos registrados, sendo o maior índice relativo no universo da pesquisa, que abrange cerca de 27 mil casos relatados.
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Nos primeiros três meses de 2021, foram registrados 1004 registros de desaparecimentos de pessoas em todo Estado do Rio de Janeiro, conforme dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Baixada Fluminense lidera em número de casos, com 286 ocorrências, seguidos da Zona Oeste e Norte do Rio, com 270.

Sumiços: conflitos familiares e aliciamentos pelas redes sociais têm sido recorrentes
Conflitos familiares correspondem a mais de 75% dos problemas relacionados aos desaparecimentos de crianças e adolescentes, segundo Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA). Oliveira, reitera, no entanto, que esses conflitos devem ser analisados de forma multifatorial, pois não envolvem só as famílias, mas deve ser visto como um problema social, onde as soluções passam pela participação das instituições especializadas e de toda sociedade.
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“Os conflitos familiares, quando não administrados, são os principais motivadores dos desaparecimentos de adolescentes. Contudo, não podemos apenas achar que é um problema de família, mas fazer uma análise criteriosa e ampla. As soluções passam pela participação de diversos atores sociais”, explica Luiz Henrique, que ressalta a necessidade do diálogo franco entre pais e filhos, sobretudo quando o uso indiscriminado da internet pode colocar as crianças em riscos.
“A Internet trouxe avanços sociais, mas também riscos, quando permite uma interação com pessoas desconhecidas e mal intencionadas. Nesses casos, os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo nas redes ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção”, alerta o especialista.


Desaparecimentos devem ser registrados imediatamente
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De acordo com especialistas, entre outras recomendações, uma das principais é de que não é necessário esperar o prazo 24h, 48h ou 72h para registrar a ocorrência de desaparecimento, como é crença popular. A comunicação deve ser feita de forma imediata quando se percebe que a pessoa está sumida e incomunicável. Em casos de desaparecimento, a família deve procurar a delegacia mais próxima, munida de uma fotografia atual da pessoa, e entrar em contato com o Programa SOS Crianças Desaparecidas nos seguintes contatos: 2286-8337 e 98596-5296.