A estudante Yasmin Fernandes, de 13 anos, está sumida desde a tarde da última quarta-feira, quando saiu da casa avó, na Ilha do Govenador, na Zona Norte do Rio Arquivo Pessoal

Familiares e amigos realizam buscas para encontrar o paradeiro da adolescente Yasmin Fernandes Machado, de 13 anos, que desapareceu, na tarde da última quarta-feira, após sair da casa da avó, no bairro Cacuia, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio.
De acordo com familiares, a avó havia saído para fazer exames médicos e quando retornou em casa deu falta da adolescente, que saiu sem avisar e não deu retorno. As circunstâncias do sumiço estão sendo investigadas. Na residência não foram constatados indícios de violência.
A família não descarta a hipótese de ela ter sido aliciada por pessoas estranhas, já que gosta de relacionar com amigos pelas redes sociais. A estudante teria saído de casa com cerca de R$250 e não portava aparelho celular.
Durante as buscas, após ver a fotografia da adolescente em um comércio, um militar da Marinha entrou em contato com a família e relatou ter tido contato com Yasmin em um ônibus, na tarde de quarta-feira, quando ele saía do trabalho, na Ilha do Governador. O militar já foi identificado e prestou depoimento na 37ª DP (Ilha do Governador), onde o caso foi registrado.
Em depoimento, conforme a família, o militar disse ter conhecido Yasmin durante a viagem. Ele disse ter levado a estudante para casa dele, no Complexo da Maré. Ainda segundo o militar, após assistirem um filme, ele a deixou em frente à passarela 10, na Avenida Brasil, para que retornasse para casa. Disse ainda que ela estaria em contato com um homem, em São Paulo, identificado, apenas, como “Gringo da Dutra”.
Abalada com o sumiço da filha , a mãe da estudante, a enfermeira Marcela Fernandes Lacerda, 30 anos, disse que Yasmin mantinha rotina de estudos e um bom relacionamento com a família, apesar dos “momentos de rebeldia”, que segundo ela, são comuns na idade. Os contatos com pessoas estranhas nas redes sociais só foram descobertos após o desaparecimento. Ela contou que precisava deixar a filha com a avó devido ao trabalho.
“Trabalho em plantões em diversos hospitais e preciso deixá-la com a avó dela. Na nossa presença, a Yasmin mantinha a rotina de estudos e não demonstrava mudanças de comportamentos. Tínhamos conflitos como qualquer família, sobretudo quando o assunto eram as relações pelas redes sociais. Alertamos diversas vezes. Só soubemos desses contatos, com homens estranhos, após rastrearmos as contas dela. Estamos abalados, pois ela só tem 13 anos e não sabemos o que pode ter acontecido”, disse, a mãe da adolescente, que está no sétimo mês de gravidez do segundo filho.
Investigações- O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha) mas será encaminhado à Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA). Além do depoimento do militar, a polícia ouvirá familiares e amigos. Imagens de câmeras serão analisadas e todos os contatos serão rastreados, com autorização da Justiça.
Informações sobre paradeiro da Yasmin podem ser repassadas ao Disque- Denúncia (2253-1177) ou à DDPA (2202-0338), de forma anônima e com garantia do sigilo.  
Especialista alerta para os riscos de aliciamentos nas redes sociais
Aventuras envolvendo adolescentes são comuns, contudo, a inexperiência faz elevar os iminentes riscos, sobretudo, quando são aliciados, por estranhos, em redes sociais. Segundo Luiz Henrique Oliveira, gerente do Programa SOS Crianças Desaparecidas, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), o número de crianças e adolescentes sumidos após encontros marcados pela Web vem aumentando e as famílias precisam estar atentas para orientar os filhos.
“ Sempre alertamos que existe uma rede de aliciadores que usa as redes sociais para praticarem crimes. O uso da internet é fundamental na vida moderna, nos estudos, mas necessita de cuidados e limites, sobretudo, quando crianças e adolescentes ficam expostos. Os pais devem ficar sob alerta, sobretudo, quando os filhos ficam muito tempo na Internet ou introspectivos. O diálogo sempre é a melhor forma de prevenção para essas aventuras e desaparecimentos”, alerta Oliveira.
Psicóloga reitera a necessidade do diálogo e acompanhamento dos pais
Para a psicóloga Alessandra Alves Soares, a adolescência é uma fase de transição, novas descobertas, mudanças físicas e emocionais, que precisa de acompanhamento e diálogo.
“Talvez seja mais difícil para os pais lidarem com essa fase que o próprio adolescente. É um período em que o convite para desfazer velhos conceitos e rever posturas seja bastante contundente. Nem toda família está preparada para isso. Manter o canal de diálogo aberto, a escuta apurada são caminhos interessantes para evitar o distanciamento e a ruptura da relação. O adolescente sempre emite sinal quando algum incômodo está ocorrendo. É preciso estar atento a esses sinais”, explica a psicóloga, que orienta a pais e responsáveis a procurarem apoio às instituições públicas e particulares que oferecem auxílio psicossocial.